Filme encanta pelo apuro visual e de figurinos, mas escorrega em um roteiro tão frágil e na canastrice de sua protagonista. Mas uma tentativa de Sofia Coppola se firmar na carreira que consagrou seu pai, se antes, com "Encontros e Desencontros", ela tinha demonstrado certo talento, nesse Marie Antoinette ela peca no que deveria ser o ponto forte: contar uma boa história em cima de uma personagem forte, ao contrário, vê uma protagonista apática, insegura rodeada de coadjuvantes pra lá de caricatos. O filme acaba sendo um conjunto de imagens às vezes sem uma relação concreta com o longa.
O grande problema é mesmo todo o esforço vão da canastrona-mestra Kirsten Dunst, que de fato é parecida com a Rainha, mas que não leva o papel com segurança, além de que a Maria Antonieta de Sofia Coppola é uma mulher insegura, longe da figura imponente, mesmo sendo odiada por parte dos franceses, e à frente de sua época que se tem que ela foi. Grande parte disso, também se faz pela construção de personagens mais fortes que ela, com é o caso da concubina do Rei Luis XV , Madame du Barry, interpretada pela bela Asia Argento (Fantasma da Ópera e Última Amante), que faz ao lado de Rip Torn ( O Informante, MIB - Homens de Preto e Doce Pássaro da Juventude) a dupla de melhor atuação do longa.
A Direção e Roteiro de Sofia Coppola, que optou por basear-se no livro de Antonia Fraser, que faz da rainha um personagem mais humano, escorregam e muito durante a trama, revezando bons e maus momentos. Bons: a inocência demonstrada no início pela jovem - tinha menos de 18 anos - Maria Antonieta Josefa Joana de Habsburgo-Lorena, arquiduquesa da Áustria e rainha consorte da França de 1774 até 1789, recém chegada a França, vinda de um acordo com o objetivo de unir sua corte Austríaca e a França, algo comum na época. Um mau momento fica pro excesso de "cenas repetidas", com nas sucessivas imagens em closes de doces - o que terá isso haver? Não sei. Além da sucessiva e desgastante necessidade de passar determinados costumes da época, como o fato de que as nobres se fazerem presente à cama da princesa Antonieta, assim que esta acordasse algo desgastante e que cabe mais aos livros não ao cinema.
Todavia, o grande mérito do filme é mesmo a parte técnica – também pudera, com um orçamento de US$ 40 milhões, sem o qual ele seria um desastre. Falo sem meias-palavras: É um dos filmes de melhor Figurino da história do cinema contemporâneo. Simplesmente magnífico o trabalho realizado por Milena Canonero algo de encher os olhos. Feito isso, cabe ressaltar a posição da câmera de Sofia Coppola, que aproxima mais os closes, usando bastantes do steadcam quando mostrar algum percurso da rainha. Dentre esse apuro técnico há de se destacar em especial à cena de coroamento do rei Luis XVI, marido de Antonieta, algo estupendo, emocionante. A Fotografia de Lance Acord está perfeita, com todos os tons e ângulos incríveis. Algo próximo de um quadro-retrato feito no período.
Contudo, apesar de ter buscado uma forma de se compreender de uma forma mais humana, digamos, a figura que dá nome ao longa uma forma de se compreender de uma forma mais humana uma figura importante de um período importantíssimo da história não só francesa, mas também, mundial, Maria Antonieta peca na história, acerta e muito no visual, nem tanto na Trilha Sonora - que optou por fazer algo com misturas de musicas clássicas e contemporâneas, algo na moda hoje em dia - que não obteve um resultado muito satisfatório. Claro que entendo não ser Kirsten Dunst uma figura exata para tal papel. No geral, apesar de irregular, e beirar bons e maus momentos, Maria Antonieta acaba sendo um bom filme pelo fato da boa ambientação – apesar de ficarmos imensamente desavisados sobre a situação política - de uma época que goza de grande admiração, seja pelo seu charme - O lindo palácio de Versalhes -, seja pela sua efervescência social - Revolução Francesa.
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