Um filme simples direto, que relativamente se exclui de fazer uma análise parcial da situação de reclusão dos presos de Alcatraz, da situação política da época, do que o povo achava da prisão, o estilo adotado pelo diretor Don Siegel fica mais próximo de uma simulação dos fatos, bem ao estilo "Linha Direta" da Globo.
Inicialmente, somos levados para dentro da prisão de Alcatraz, "A Rocha" para uns, uma prisão impossível de fugir. Acompanharemos a real história de Frank Morris (Clint Eastwood), um preso destemido e perigoso, já que estava sendo mandado para aquele local.
Logo nos primeiros dias, Morris tem problemas com um preso que ansiava por manter relações sexuais com ele, o que acabou fazendo-o parar na solitária (tenho a impressão de que todo preso Hollywoodiano passa pela Solitária).
Morris também arranjando alguns amigos após sair da Solitária, com esses, planejará suas fugas de tão ondeável local. Isso, só será possível graça aos planos arquitetados por Morris, que por sinal, possuía um Q.I. acima da média.
Na levada de caso tão conhecido, Siegel, diretor que tinha no currículo uma boa parceria com Eastwood em Two Mules for Sister Sara (Os Abutres Têm Fome), faz sua direção segura, sem muitas pretensões, beirando algo mais "fiel" à história.
Nesse sentido, o Roteiro poucas vezes dá espaço na construção da mentalidade de alguns personagens, é até relativamente simples, o nome da trama já o deixava até relativamente "previsível". O poder ficaria, portanto, nas dificuldades que Morris e seus amigos iriam passar para fugir da prisão, já que nem bem conhecemos suas pessoas, nem sabemos ao certo por que estão eles ali, se são realmente culpados, ou não.
As atuações também são discretas, Clint faz um homem calado, frio e ao mesmo tempo, destemido perante toda aquela situação. Os coadjuvantes não são também, muito exigidos, já que seus papéis servem mais de complemento ao de Morris.
A quase ausência de Trilha Sonora deixa um silêncio meio perturbador no filme, o que serve pra intensificar o seu suspense, fato que é intensificado pela eficiente Edição, que contribui para algumas cenas angustiantes (até previsíveis) pelas quais Morris passa nos momentos finais de sua fuga.
Enfim, a importância de Escape from Alcatraz fica mais no seu sentido de "documento", seu retrato da cadeia, embora discreto, serviu para que futuros filmes abordando o tema o vissem como um dos espelhos, a organização da trama orquestrada pela mão firma da Direção de Siegel faz dele um bom filme, um entretenimento ligeiro, que não pede muito esforço para refletir de quem o assiste, mesmo assim, bem recomendado.
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