Pra começar: É o Melhor filme de Tarantino, talvez o melhor da década, enfim, Bastardos Inglórios lança o cinema a um patamar qualitativo inimaginável. Uma obra-prima padrão, que redefine um dos gêneros mais gastos da história do cinema: A Segunda Guerra Mundial, que dessa vez é vista sobre um prisma instigante, renovado. Mas que isso, o diretor mostra porque é um dos melhores da atualidade, seu filme é tão cheio de detalhes, tão bem articulados, com cenas tão bem feitas, que ao final temos uma nauseante sensação de idolatria pela iventividade da mente de Tarantino.
Mas megalomaníaco que nunca - no bom sentido -, Tarantino consegue ser mais exagerado em Bastardos Inglórios do que em Kill Bill, tudo compõe uma perfeita simetria. Tantos detalhes, tantas sacadas geniais, Tarantino se msotra eficiente em tantas escolhas,que essa é sem dúvida sua melhor direção.
O filme começa nos primeiros anos da ocupação, no interior da França Shosanna Dreyfus testemunha a execução da sua família pelas mãos do coronel nazista Hans Landa. Quatro anos depois, Shosanna está estabelecida em Paris, onde é dona de um cinema. No outro foco narrativo, o tenente Aldo Raine organiza um grupo de soldados judeus americanos para colocar em prática uma vingança. Posteriormente conhecido pelos alemães como os “Os Bastardos”, o grupo de Raine junta-se à atriz alemã e agente secreta Bridget Von Hammersmark em uma missão para eliminar os líderes do Terceiro Reich. A ação dar-se-á a partir dessas vinganças.
Como parte de seus acertos, há sem dúvida a escolha de seus atores, que encarnam com bravura à idéia do filme. Grandiosíssima atuação do austríaco Christoph Waltz, personagem genial, típico do humor tarantinesco, interpreta o inescrupuloso Coronel Hans Landa, do exército nazista, um daqueles tipos que parecem ter saido do bom cinema noir. Ele é mau, mas a capacidade interpretativa de Waltz é tanta que, às vezes, nos empatizamos por seu jeito arguto e sarcástico. Brad Pitt, como o Tenente dos "Bastardos", Aldo Raine, também encaixa como uma luva em seu papel, é dinâmico e talentoso o suficiente para isso. Só para comparar, valeria muito mais à pena a Academia reconhecer essa atuação de Pitt, superior ao caricaturismo de Benjamin Button, indicação ao Oscar, a meu ver, inexplicável. Quem também se destaca é Mélanie Laurent, que interpreta Shosanna Dreyfus, um personagem fundamental à trama. Idem também os coadjuvantes: os atores que interpretam os Inglórios, o que interpreta Hitler ( Martin Wuttke), além de outros mais importantes, como a bela Diane Kruger, interpretando Bridget von Hammersmark.
O roteiro de Tarantino é genial, não apenas pelos múltiplos focos narrativos, mas pela fluidez como é conduzido. Diálogos afiados somam-se a uma minucia de detalhes riquíssimos sobre os costumes nazistas da época, é um estudo de caso soberbo. Mas ainda, Tarantino mostra que o debruçar-se sobre determinado período da história pode revelar-se melhor através de uma pretensa ficcional. O detalhamento de Tarantino é tamanho, que a importância dada ao idoma, gestos e sotaques no conflito foi tavez um dos maiores acertos do diretor, algo já executado com igual maestria por Cronnenberg em Senhores do Crime. Tarantino contiua uzando ao máximo à linguagem do cinema, referências geniais em momentos incríveis - sou suspeito a dizer que a cena final foi um dos melhores exercícios trash dos últimos anos, de longe. E, sim, há uma cena pra clássico de gângster nenhum botar defeitos: Scarfece atá a alma!
Um outro destaque fica pela composição dos cenários, gigantes e soberbos, a mise-en-scene de Tarantino não o deixa por menos, cada ângulo do diretor parece perfeito, parece captar exatamente a tensão que está por vir.Junto a isso, a Trilha Sonora de Ennio Morricone acompanha com maestria o desenrolar do filme, que mescla um tom de suspense a triller fantástico.
Bastardos Inglórios é uma obra-prima sem sombra de dúvidas, é um baita filme de Tarantino, ao mesmo tempo, que o lança a um patamar de perfeccionismo sem tamanho para o sucesso de seus filmes posteiores. Pitt estava certo em dizer que esse era o filme definitivo sobre a Segunda Guerra, é tão brilhante, que só resta dizer: Parabéns Tarantino!
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