Com um conteúdo forte e complexo o terceiro longa do diretor inglês Stephen Daldry, "The Reader", chega com um teor extremo de sensibilidade e conflito.
A trama começa no ano de 1958 na Alemanha, 13 anos após o "término" do Nazismo; quando um jovem de 15 anos (Michael, personagem de Ralph Fiennes) se depara com os prazeres de um relacionamento "adulto" com uma mulher mais velha, a misteriosa Hanna Shmitz (personagem de Kate Winslet). Michael começa então a frequentar a casa onde Hanna mora sozinha e a passar a maior parte do tempo após a escola lá. O que esta "obra-prima" (comentário do New York Observer) nos mostra é o quanto uma vida inteira pode ser afetada apenas por um acaso do destino em um período tão curto quanto um verão na adolecência.
Algumas cenas contém um peso dramático quase palpável, ao contraste de outras que poderiam ser dispensáveis. O ator David Kross (interpreta Michael adolecente), apesar de sua falta de experiência, mostra ser capaz de transformar as cenas e prender a atenção do expectador. Já Ralph Fiennes, apesar de sua notável e conhecida carreira bem sucedida , torna-se apenas um "souvenir" na trama. Kate Winslet nos mostra que filmes de drama estão mesmo em seu curriulum, desde "Foi apenas um sonho", filme em que contracenou com Leonardo DiCaprio, essa belissíma atriz vem mostrando a todos sua afinidade com esse gênero de filmes e faz jus ao seu Oscar de Melhor Atriz 2009.
Seu roteiro bem construído e harmonioso com a época em que se desenvolve nos faz sentir o clima da Alemanha pós Nazismo dos anos 50. As passagens de tempo apesar de (muito) bem feitas pecam certas vezes por serem muito rápidas, um "vai e volta" constante o que o torna um pouco confuso e cansativo.
O que o filme passa ao expectador por fim, é uma idéia confusa do que seria certo ou errado quando se conhece (ou pensa que conhece) uma pessoa.
Por tras do tema "Nazismo" campos de concentração e mortes, temos um ambiente ténue entre: a lembrança de um amor (ou quase isso) que mudou uma vida e uma visão do que é certo ou errado. Uma pergunta fica ao fim do filme: Você mudaria seu conceito sobre uma pessoa (considerando todos os seus aspectos bons e ruins e o que ela te fez sentir) se soubesse que ela é culpada pelo homicídio de 300 pessoas?
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