Per aspera ad astra. Descobri essa frase graças ao filme, e vi que é uma daquelas frases em latim que as pessoas amam tatuar. Eu não as culpo, é uma frase bonita, que apresenta um fascinante poder oculto em suas entrelinhas: “Através das adversidades, até as estrelas”, em tradução literal. O filme honra o seu tão celebremente escolhido nome? Eu diria que não.
O diretor James Gray (Era Uma Vez em Nova York e Z: A Cidade Perdida) tinha grandes expectativas para Ad Astra. Ao longo de algumas entrevistas deixou bem claro que seria um projeto ambicioso de sua parte, que respeitasse todas as leis da física e que fosse uma mistura de “Apocalipse Now” com “2001 - Uma Odisseia no Espaço”, segundo suas próprias palavras. Para os amantes do gênero, expectativas com certeza foram criadas. Nem todas, entretanto, foram atendidas.
O filme é, de certa forma, experimental. A história é contada através da visão e pensamentos do personagem principal Roy McBride (Brad Pitt), que algumas sinopses até mencionam ter traços de autismo (o que daria mais sentido para as escolhas cinematográficas de Gray), mas nada é confirmado na película. Pode-se dizer até que lembra um pouco “A Árvore da Vida”, com o mesmo Brad Pitt.
A Atuação de Pitt em Ad Astra é mediana, tendendo para boa. Em uma das cenas em gravidade zero o ator chora, e as lágrimas escorrem por seu rosto. Mesmo pedindo para o diretor editar a cena para que a lágrima flutuasse (o que normalmente aconteceria), Gray se recusou a atender o pedido, dizendo que “a cena teve uma atuação muito boa para passar por qualquer edição”.
O final é meio estranho, rápido, como se o diretor tivesse ficado sem tempo e foi obrigado a editá-lo para ficar menor. Mesmo assim, apresenta uma surpresa boa: responde de uma maneira bem diferente, à pergunta que tantos outros filmes já responderam de formas tão clichês: “estamos sozinhos no universo?”. Como o próprio slogan do filme diz, as respostas estão exatamente onde termina o nosso alcance, o que de uma certa forma, é verdade.
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