Buscando a perfeição e descobrindo o valor e a beleza das inevitáveis imperfeições humanas.
Whiplash é, acima de tudo, um filme sobre amor, não um genérico, mas amor pela arte, sobre a busca infinita (e insana) pela perfeição. Uma obra de arte, simples, mas atual e extremamente tocante. Com um roteiro (quase) perfeito de Damien C., mostrando logo no início de carreira o ótimo realizador que se provou. É uma estória que não se entrega à convenções, tem soluções práticas e naturais para seus entraves, como por exemplo a relação entre o personagem de Miles Teller (em sua melhor fase) e a garota do cinema, de quem sempre gostou. Percebendo que esta seria um tipo de obstáculo em suas ambições, a dispensa com uma frieza até dolorosa de se ver, e completamente coerente com a construção de arco do personagem até ali. O jovem ator também merece crédito pela dedicação ao personagem, um baterista habilidoso. Mas sua maior força reside na atuação ''out cast'' de J.K Simmons (mas conhecido pela trilogia Spider-Man) o magistral ator consegue transmitir as pretensões/intenções de seu personagem somente através de gestos ou na antológica cena final, onde só precisamos observar seus olhos para saber o que seu personagem está sentindo no momento. O diretor e roteirista também é particularmente habilidoso ao não deixar que o filme caia no clichê ''mestre e aluno'', cada cena com os dois sai faísca, é um embate constante. Nenhum em nenhum momento está preocupado em agradar o outro, muito pelo contrário, ambos estão trabalhando por objetivos pessoais. Whiplash é uma obra sobre a obsessão de um artista pela perfeição, e dissecando a alma de seus personagens e segurando o público consigo até após o fim da projeção, este é 'quase' um filme perfeito, afinal, este mesmo nos prova que nada é. Excelente!
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