A Lei do Desejo é um filme de Almodóvar que consegue nos mostrar claramente como ele se tornou este grande cineasta e um dos atuais ícones do cinema mundial. Cheio da metalinguagem que o diretor e roteirista adora, o filme é concebido de maneira a não desmentir a que veio: desejo. Todos os sentimentos, de alguma forma culminam nesse, que gera confusão e não pode ser explicado por ninguém, nem pelo próprio cineasta e que vira de ponta a cabeça a vida de todos os personagens.
Atuações extremamente fortes e verdadeiras marcam o filme. Carmen Maura atua tão bem que nos faz sentir o que ela sente. Antonio Banderas é tão cruel quanto o seu desejo e nos deixa isso bem claro. Já Eusebio Poncela consegue mostrar um Pablo Quintero sozinho no mundo mas que ainda tem medo de terminar assim graças ao próprio egoísmo.
As cenas regadas ao som de Ne me quitte pas são magníficas. O coração aperta de dor ao ver todo o sofrimento pelos quais passam os personagens. O filme, mostra além de tudo, a inquietação do ser humano pois nele os personagens sofrem do início ao fim e está longe de ser tal sofrimento razão do filme, muito pelo contrário, é ele o sofrimento que nós humanos carregamos todos os dias.
Outra coisa que dá charme e movimento ao filme são os mau-entendidos causados pelas diversas cartas escritas durante o filme.
Enfim, em A lei do desejo Almodóvar consegue mostrar mais retratos de alma humana em cacos, agora consumidos pelo desejo.
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