Rainer Wenger é um professor de Educação Física e Ciência Política que propõe a seus alunos de Regimes Autocráticos um trabalho de proposta não usual: seria possível implementar, naqueles dias, um regime totalitário?
Os alunos aceitam, um tanto descrentes com o fato de que isso fosse possivel. Porém, o ideal autocrático do professor encontra nos alunos o público-alvo certeiro para a consolidação de tal regime: jovens e insatisfeitos consigo e com a sociedade, portanto portadores dos dois mais importantes fatores que levam à formação de regimes totalitários: a insatisfação e a união do grupo a partir de interesses em comum. E é a própria insatisfação dos alunos - que se tornarão um único grupo social, uma massa única, com uma única ideologia - que formará, somada à imagem de liderança do professor, a receita certa para a formação de mecanismos que sustentarão a ditadura de Wenger; então, o grupo e sua ideologia será representado por um símbolo que faça menção a seus ideais comuns: "A Onda".
A partir daí, como é comum no totalitarismo, o grupo passa a subjugar indivíduos que não pertencem à Onda, isolando-os, num pressuposto de superioridade, tal qual o encabeçado por Hitler na primeira metade do século XX.
A Onda fez aparecer (e não surgir, pois é inerente) o sentimento de cooperação no grupo, uma união extremista na busca incansável da defesa de seus ideais, que acaba levando os alunos a ultrapassarem os limites do projeto - uma obra de teste, "fictícia", e levando-o inexoravelmente para a realidade.
O caso retratado no filme mostra um exemplo de liderança de conotação negativa, grande poder coercitivo, que acabou extinguindo a individualidade dos membros do grupo, que acabm tornando-se autômatos, seguindo piamente os mandos do líder, provando a tese de Wenger de que regimes autocráticos podem surgir em qualquer momento em sociedades ditas "democráticas", sejam capitalistas, socialistas ou de castas.
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