Um enredo imprevisível, com situações descontroladas, cujos personagens oscilam entre a civilização e a barbárie. O filme tem pitadas de humor negro, drama e suspense na medida certa. Os seis episódios têm em comum sentimentos como vingança e fúria. O primeiro, Pasternak, reúne ex-companheiros do personagem título (que não aparece), que a princípio não entendem o porquê de todos estarem reunidos no avião. O segundo trata da vingança de uma garçonete e sua amiga contra um político corrupto, que praticou muitas maldades no passado. Já o terceiro, que aborda a briga de dois motoristas numa estrada, lembra a trama do filme Duel, de Steven Spielberg. O quarto surpreende pela atitude de um pacato cidadão que se vê esmagado pela burocracia de uma repartição pública e sai do controle, e acaba virando um herói. O quinto relata um conflito bem conhecido dos brasileiros: a compra do silêncio sobre a autoria de dois assassinatos. Já o sexto e último lembra o estilo de Quentin Tarantino ou Pedro Almodóvar, pela mescla de sentimentos como ciúme, vingança, ameaças, dramalhão, humor negro e final inesperado. O conjunto da obra é complementado pela ótima trilha musical. Pessoalmente, preferi a terceira história, que mostrou a briga de dois motoristas na estrada, e a última, a do casamento, por terem desfechos surpreendentes. Esta produção argentino-espanhola é diferente de tudo o que já se viu, e aí reside seu maior mérito.
Críticas
10,0
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