"Se não gosta do mar, se não gosta da montanha e se não gosta da cidade, então que o diabo te carregue"
O que esta frase tem de engraçada(ainda mais pronunciada por Jean Paul) ela têm de verdadeira em sua filosofia.
Se você vive reclamando de tudo que existe e nunca elogia nada que está ao seu redor, ou cinceramente não vê nada de bom no mundo, que você vá pro diabo que te carregue mesmo,é o mínimo que uma pessoa que pensa isso do que está ao seu redor merece, o mínimo! Acorde e e dê uma olhada no sol, porque que você não simplesmente só o olhe por ele está ali, do que só quere olhá-lo quando está surgindo ou indo. Ninguém agradece o sol, ou fica feliz dele estar ali, a tarde toda, iluminando cada passo que eu ou você dá na rua. Ele está, e sempre esteve ou sempre vai estar ali, mas como as pessoas a nossa volta nós só a damos valor quando fazem algo ou que nos emocione, como nascer, ou que nos deixe um vazio como ir embora, como o sol. Nós so damos valor quando elas morrem. Nós só choramos em enterros porque vemos o tanto que nós não demos importância à pessoa que morreu enquanto ela estava presente. Nós não choramos pela perda. Todos sabemos que vamos morrer, e então nos preparamos durante a vida toda. Mas como quase todos nós, só choramos por não ter feito o que realmente devia ter sido feito por menos importante que a pessoa fosse no mundo: amá-las. O que tambpém não fazemos com o Sol,e acredito que percebemos o quão importante o a luz do sol é na nossas vidas quando estamos certos de nossas mortes.
À bout de souffle, 1960
Pra quê esse pequeno texto acima?
Pra te trazer envolto ao mundo do que é À bout de souffle. Não é algo que seja fácil de entender. Mas é algo que seja fácil de sentir e se emocionar. Eu particularmente não acho o texto acima muito fácil de se compreender, mas se lido com carinho e atenção traz algo pra dentro da gente, uma espécie de sentimento mesmo. À bout de souffle é isso. Como a maioria dos filmes de seu diretor(mais a frente) não é fácil de se entender, mas absurdamente fácil de sentir.
Foi a estréia de um bom e jovem crítico de cinema na direção.
1.não parece ser estréia.
2.não parece ser jovem.
3.é sim,muito bom.
Jean-Luc Godard escrevia para a revista "Cahiers du Cinema".Junto com vários outros jovens críticos que se tornariam grandiosos e famosos, dois deles chegando a ajudá-lo na produção desse longa.
O que me faz pensar que não parecia extrai? Simples, o fato de tudo ser tão autorau quanto a filmes de diretores como Kubrick ou Almodóvar. Mas todo esse autorismo tem uma espécie de nome: nouvelle vague. Um movimento criado por esses jovens dessa revista que basicamente se resumia a "faça um cinema autoral". Que era o contrário de Hollywood na época( e persiste até hoje),em que os EUA se preocupam mais com o dinheiro do que com a qualidade ou se o diretor quer realmente colocar aquilo na tela ou não. Os EUA são capitalistas e globalizadores, o que os torna porcos que sempre pensam de uma forma unificada que condiz com: quanto mais grana,melhor! E para os jovens críticos da Cahiers não importava a bilheteria e sim a satisfação de quem fez ou de quem viu.
E no elenco também estavam jovens decididos a mudar não só o preceito de que cinema era sinônimo de bilheteria mas que também era sinônimo de qualidade e satisfação de quem o fazia.
dois desses jovens eram talentosos ao extremo, o que levou Godard a colocá-los juntos como protagonistas e dupla amorosa no filme de sua estréia. Tão talentosos que Godard os repetiu em uma penca de seus filmes.
Jean-Paul Belmondo - o protagonista perfeito. Sua atuação é assustadora,tanto que entra pro hall das melhores atuações que já vi. Ele cria um homem tão simpático para os mais abertos a bizarrices como também cria um ser repugnante para a platéia "lugar-comum".
Jean Seberg - Linda, atraente, simpática e inteligente , nem precisa dizer o que ela faz com sua personagem.
O resto do elenco também é afiado em todos os momentos que aparecem.
A fotografia é extremamente assustadora e linda. Assusta por ser filmado sem luzes "virtuais" e só a do dia. E o tom preto e branco contribui no resultado final.
O roteiro tem muitas frases maravilhosas e situações originalmente deliciosas de se ver, mas como é Godard, também é modificado, no quesito imagens por suas montagens "malucas" e inventivas vindas da novelle vague.
O que é a vida?
É um filme para se fazer eternas perguntas sobre tudo que existe. Aqui, o protagonista é um ladrão de carros que não sente remorso em matar ou mesmo tirar um carro de um burguês.
Lendo isso pode parecer que nosso protagonista é um tremendo anti-herói como Alex DeLarge de clockwork orange. Mas não é. E não é simplesmente porque Godard faz uma das maiores mágicas do filme se tornarem reais: uma mensagem subliminar em todo o filme aparece mas não nos atinge. Essa mensagem é a de que não existe sociedade existente. Ou inexiste uma sociedade pré-feita. Ele assassina todos os modelos de sociedade ao tornar normal certos tipos de acontecimentos como o roubo de carros e assassinatos. Só que ele não destrói a sociedade de lá, e sim a de cá. Que acaba por adentrar nessa loucura e achar que roubar carros de 5 em 5 minutos seria um ótimo passatempo.
Mas ele não faz isso de maneira obrigatória ou forçada, ele faz isso porque é necessário que agente acostume a essas loucuras, para quando estiverem no ápice sermos acostumados a elas.
Mas o mais importante nessas mensagens não afetadoras é o quão importante é a discussão por de trás do que as precedem, as "não-mensagens". Porque não mensagens? Por que são as discussões diretas que ele nos trás. Ele não quer que viremos ladrões de carros, mas sim que vivamos a vida da forma que nos realmente queremos. Daí as mensagens que nos fazem acostumar ao roubo de carro por exemplo.
O protagonista rouba carros para poder amar. Se não houvesse uma pré-sociedade não será que nós também não faríamos isso ao invés de perder nosso amor por coisas que são pré-criadas e sacaneiam o nosso viver se uma forma que agente só se preocupe ao invés de viver. Ele vive porque não existe sociedade pré-existente pra ele. Ele não se preocupa com a opinião dos outros, o que importa é o que ele é e não o que os outros dizem que ele é.
Ele ama e é o homem mais feliz o mundo por isso. É muito clichê, mas é verdade. Quando realmente se ama, você é mais feliz que tudo existente e não existente, pois o amor é a única coisa que mantÊm as pessoas no mínimo ligadas externamente e felizes sem motivo.
Quando o protagonista cita uma história que saiu de um homem que confessou ter roubado dinheiro so por amor a mulher e ela aceitado esse homem mesmo ele sendo um "novo-delinquente" ele só justifica ainda mais o tanto que o amor é necessário e que fodam-se os que não estão entre "eu e vocÊ". Vivamos e nos divertimos sempre unidos.
Portanto o filme é uma longa discussão sobre o que é vida, ser vivo e viver.
E mesmo nos amamos também podemos levar garndes baques como o personagem central que diz uma frase muito ambíngua sobre muitas coisas qeu o cercam. Porque por melhor e mais gostosa que seja a vida: "você é realmente asquerosa."
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