Fui até o Aurélio procurar uma palavra que definisse o que eu senti ao sair da sala de cinema depois de assistir 'G.I. Joe - A Origem de Cobra'. Não encontrei, porque mas acho que ninguém, nunca, em algum momento se sentiu assim em todo o mundo, motivo pelo qual eu acredito que esta palvra ainda nem exista.
O filme começou e aquilo na tela do cinema estava tão desastroso que me motivou até a sacar uma folha de papel e um lápis da minha mochila e começar a tomar nota da sucessão de calamidades que eu enxergava. Em 30 minutos de anotações dei-me por satisfeito, porque, além disso, tudo o que passava na tela eram repetições de todos as calamidades que eu já havia anotado. Antes, quero deixar claro que não brinquei com os bonecos de 'Comandos em Ação' quando pequeno, tampouco sei de sua história. Tudo que escrevo abaixo é fruto do que vi na tela do cinema. Vamos ao que anotei:
1º Gente, o que é aquela cena inicial de batalha? Os tiros vindo da nave a menos de 20 metros de distância e a pessoa-alvo ainda tinha tempo de gritar: "Oh, my God!! Bomb! Bomb!" antes de ser atingido. Como assim? Dá tempo?
2º Tirando o Dennis Quaid, que interpreta um papel vergonhoso, quem naquele filme atuou de maneira competente? Eu digo: ninguém!
3º A cena em que o avião entra naquele 'quartel general' sob uma duna no deserto foi de chorar: capricho nenhum com os efeitos visuais e isso ocorre durante todo o filme. Todos os efeitos são um verdadeiro lixo cinematográfico para os padrões atuais! Algumas cenas chegam a ser bizarras por lembrarem filmes de ficção-científica da década de 70. Pasmo, em determinado momento cheguei a pensar que pudesse ser uma nova onda retrô de efeitos visuais.
A cena em que a Torre Eifel despenca realmente impressiona quando vista no trailer, aí na sua casa. Mas na tela grande ficam claros os descuidos com os efeitos visuais.
FATO 1: Qualquer game pra PlayStation1 deixa os efeitos visuais deste filme no chinelo.
4º 95% do filme é composto por cenas de ação com efeitos visuais RIDÍCULOS, como já disse. Os outros 5% são uma tentativa parva de: desenvolver os personagens; explicar o motivo das cenas de ação; desenvolver algum diálogo, por mais torpe que seja, entre os personagens e fazer aquelas piadinhas 'carne de vaca'.
Um exemplo desastroso da tentativa de desenvolver um personagem é quando os nijas 'branco' e 'preto' se encontram para lutar um contra o outro. Num flash (que se você piscar perde), o diretor tentou mostrar que os dois personagens se conheçiam desde a infância, como que para dar um peso maior àquela batalha. Num segundo Flash Back, a história de ambos retorna na tentativa de mostrar o porquê do ódio que existe entre os dois. Tudo absolutamente dispensável pela maneira torpe como foi tratado.
5º Não entendi o papel daquela sequência inicial na França, em 1920, em que o dito cujo é condenado a usar uma máscara de ferro quente. O filme não se dá ao trabalho de explicar isso, o que poderia ser interessante, para perder tempo com bizarrices. Parece que todos aqueles minutos foram apresentados para retornar num único diálogo ao final do filme que tenta passar a mensagem "Nunca venda armas para os dois lados". Hein? Em caso contrário foi tudo pra encher linguiça mesmo.
6º Dei graças a Deus quando aquele ninja branco matou o general intepretado por Denis Quaid, porque o personagem dele é tão grotesco que chegava a incomodar. Mas quase morri de desgosto quando ele retornou, ao melhor estilo 'Fênix vem das cinzas', quase no final do filme. O roteiro nem se dá ao trabalho de explicar como ele conseguiu se recuperar, talvez por pensar que ninguém notaria isso. Aff!
8º Este descaso com o desenvolvimento dos personagens afeta o filme em outros inúmeros pontos. Por exemplo, se com o assovio de Zartan, personagem de Arnold Volsloo, nas cenas finais você não entender que ele usurpou o, mais do que nunca, britânico presidente dos EUA. Meu querido, culpe o roteiro porque isto não é problema seu. Você não possui nenhum tipo de deficiência congnitiva.
FATO 2: O filme não se dá nem ao trabalho de enfatizar este que seria seu grande trunfo, assim, muitas pessoas acabam não compreendo o pouco de enredo que existe naquilo. Resultado: um vácuo do tamanho do Faustão.
7º Piadas que não conseguem mover um músculo da sua face rumo ao riso e cenas clichê completam.
No mais, o filme é uma mistura de falta de criatividade, decadência de Hollywood, desleixo e pouco caso com o espectador. O que eu chamaria de Poliesculhanbose Múltipla, isto é, o produto final é uma somatória de todos os erros que ocorreram durante seu desenvolvimento.
DICA: Se você é uma pessoa de bem não perca seu tempo nem seu dinheiro indo assitir a um filme desses. Eu sei que no momento não existem muitas opções em cartaz, mas olhe lá, tem 'Cocoricó - As aventuras na cidade' que promete ser muito melhor do que qualquer 'G.I. Joe - A Origem de Cobra'.
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