Avatar! O que falar sobre esse fenômeno de bilheteria? O grande sucesso mundial gerado por esse filme de James Cameron fez com a curiosidade me levasse ao cinema para assisti-lo, ainda que tivesse grande dúvida sobre sua qualidade. É fato que Cameron não é e nem nunca foi um dos melhores cineastas de sua época. Filmes banais e sensacionalistas, como Terminator, Alien – O Resgate e Titanic, não figuram entre grandes obras do cinema contemporâneo, ainda que haja controvérsias do grande público, na maioria das vezes leigo sobre a ótica das lentes cinematográficas. O resultado de Avatar: mais um desses filmes fracos e sem conteúdo, mesmo que imensamente grandioso nas suas pretensões falhas.
Um parêntese: o cinema não é mais o mesmo. Filas e ingressos comprados pela internet, a fim de criar uma maior comodidade ao espectador, retiram dos ultrapassados, como eu, a sensação de uma imprevisível sessão de cinema ao trilhar pelo comércio capitalista de um shopping, e, é claro, de um bom lugar na grande sala. Óculos 3Ds são inconvenientes e fazem com que o cinema se transforme numa forma comercial de vender a arte incomparável dos grandes mestres. A arte cinematográfica jamais será vencida pela tecnologia impressionante das lentes 3D. O cinema é muito mais do que efeitos magníficos.
Fazendo uma ponte sobre a tecnologia 3D, Avatar não nos demonstra cenas brilhantes maiores do que filmes já consagrados, como por exemplo Senhor dos Anéis, Matrix, King Kong, etc. O comercial capitalista gerado não se destaca da maneira como esperada, embora tenha um visual realmente espetacular.
O roteiro, simplista e clichê, apresenta todos os ingredientes de um filme feito para o grande público. Uma mistura de O Último Samurai e Dança com Lobos com um Rei Leão. Ou seja, nada de inovador; pelo contrário, desanimador e quase insuportável. O mundo criado pelo roteirista e diretor é digno de uma imaginação fértil, sem dúvidas. Inicialmente, a esperança pelo andar de uma obra original sucumbe diante dos tropeços de um filme já nascido para a arrecadação. Já a direção, realizada com certa maestria por Cameron (aliás, um dos únicos pontos positivos da obra), faz com que a sua falta de talento para a escrita se salve.
Indiscutivelmente, ao meu ponto de vista, impensável de ser um trabalho merecedor de prêmios, as academias só demonstram que o cinema também se vende para o monopólio/arrecadatório de Hollywood.
Mesmo que com um charme extraordinário, Avatar não vinga e não faz frente a nenhum filme com conteúdo. Simplesmente decepcionante. Uma obra falha e que demonstra o declínio do cinema arte e o nascer de uma era cada vez mais comercial, lamentavelmente apoiada por não sei quem.
Àqueles que amam o cinema, digam não a Avatar!
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