A falta que um personagem faz.
Em um espaço de sete anos, Nolan fez três filmes que honraram o nome de um dos heróis mais realistas das HQs, fez os fãs vibrarem com "Begins" e irem ao delírio de vez com "Cavaleiro das Trevas". E muita expectativa surgiu em torno da terceira produção, que continua excelente, mas brecou a constante ascensão da série.
Ninguém pode falar mal da qualidade da direção de Nolan, que já mostrou ser um dos melhores diretores da atualidade sem deixar vestígios para dúvidas, desde "Amnésia" vem dando muito o que falar e mais cedo ou mais tarde terá de receber a estatueta dourada da Academia que está se equivocando ao ainda não ter sequer indicado o dito cujo para concorrer.
Pois bem, é inútil falar em trilha sonora, direção de arte, fotografia e outros apetrechos técnicos quando não há nada de errado e quando a película em questão está relacionada a paixão de muitos loucos por Batman: suas HQs, seriados de televisão e desenhos animados. Arrisco até dizer que fora dos quadrinhos esta trilogia foi a melhor obra relacionada ao Homem-Morcego, que infelizmente teve um final não tão épico quanto o seu desenrolar.
O Coringa sempre foi o principal inimigo de Batman, um dos melhores senão o melhor vilão de todas as HQs de todos os super-heróis. Era óbvio que a decisão de não utilizá-lo após a morte de seu intérprete, além de politicamente correta, iria fazer uma falta tremenda. E fez. Esse Bane não é um grande vilão como Charada, Pinguim ou Duas Caras, tampouco quanto o palhaço mais louco de todos os tempos. E olhe que nem entrei no mérito da interpretação dos atores, que estão todos corretos e muito bem. Era muita pressão para cima da direção e do ator que fez o vilão principal conseguir ficar a altura do antecessor. Não que o filme tenha naufragado, longe disso quando se tem uma equipe técnica excelente liderada por um diretor extremamente talentoso, mas era necessário que para o desfecho fosse o mais épico possível, tivesse sido utilizado o melhor vilão que se poderia. E por isso a trágica e precoce morte de Heath Ledger se torna ainda mais lamentável.
Pecou também pela falta de emoção, as reviravoltas do roteiro e as cenas mais marcantes não foram bem exploradas ao extremo como poderiam ser, parece ter faltado á equipe aquele sentimento de fã, ou de cinéfilo pelo menos, aquela vontade de fazer as pessoas gritarem, vibrarem e aplaudirem uma simples cena na frente de uma telona, este que vos escreve não conseguiu sentir emoções á flor da pele como esperava, como já sentiu assistindo a outras produções menos geniais e inclusive com o antecessor "Cavaleiro das Trevas". Realmente criaram um clima muito bom, de parecer que não haveria como as forças do bem darem a volta por cima, mas depois esbarraram em soluções fáceis que não atrapalharam porque era Christopher Nolan na direção e Batman na tela.
Por fim, pode-se concluir que Nolan merece ser reverenciado por este espetáculo proporcionado com a trilogia, cada segundo das três projeções valeram muito a pena, no cinema é ainda mais excitante. Porém, infelizmente houve uma perda muito grande entre os dois filmes que não foi reposta a altura, compreensível, era praticamente impossível. E faltou um pouco mais de emoção, mas é impossível não sentir uma ponta dela, pois, de novo, é Batman e Nolan. Obrigado pelas várias horas de felicidade somando-se as três exibições e minha expectativa de 4 anos não foi tão em vão assim.
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