Assim que os créditos finais de O Retorno de Jedi apareceram, eu abri um sorriso besta no rosto, e mesmo eu as últimas duas horas que haviam se passado não tivessem sido espetaculares, eu me auto-intitulei um fanático por Star Wars. Não pelos filmes em sei, mas pela trajetória do protagonista, pelo universo maravilhoso e que aguça a imaginação de qualquer um e (o mais importante) todas as características que juntavam os três filmes, formando uma trilogia fenomenal e que mesmo contando com alguns pontos negativos (que logo discutirei) funciona em todos os momentos, e consegue imergir de maneira espetacular o expectador.
Como foi mostrado no final de O Império Contra Ataca, o pequeno grupo liderado por Luke Skywalker (que está em conflito consigo mesmo após as revelações vista no fim do longa anterior) e a Princesa Leia traça um percurso até o planeta Tatooine com o objetivo de libertar Han Solo das garras de Jabba (aquela lesma gigante vista no início do primeiro filme). Enquanto isso o Império Galáctico projeta uma nova estação bélica espacial, bem mais poderosa e potente do que a primeira versão da Estrela da Morte. Ainda, numa terceira sub-trama acompanhamos Darth Vader e o Imperador armando um plano ‘infalível’ para levar seu filho para o lado negro da força.
A primeira coisa á ser dita é que este episódio VI passa longe de ser tão excepcional quanto os dois primeiros filmes, o que não o torna necessariamente ruim. Muito pelo contrário, O Retorno de Jedi é um filme relativamente empolgante e que concluí com eficiência a trilogia. Toda a história de Luke e a família Skywalker é maravilhosamente bem desenvolvida pelo roteiro, e é o elemento principal de algumas das cenas mais memoráveis até aqui, que, com certeza, levaram os fãs á loucura. Além disso, é possível sentir aquele clima de urgência vista no segundo filme em diversos momentos, em especial, nas tomadas em que ouvimos a marcha imperial e vemos a figura de Darth Vader, que mesmo não sendo tão ameaçador quanto em Episódio V é um vilão interessante e inesquecível, principalmente por causa de seus conflitos internos vistos nos trinta minutos finais da projeção.
O elenco está tão bom como nos capítulos anteriores: Harrison Ford e Carrie Fisher ainda têm aquela química irresistível (mesmo que esta não seja desenvolvida de maneira completamente satisfatória ao decorrer da história), Mark Hamill encarna o jovem Skywalker já conhecendo o peso de seu personagem na vida de milhares de Nerds espalhados pelo mundo (o que não era tão bem resolvido em Uma Nova Esperança, mas que também não era um problema que afetasse diretamente o resultado final). Os (antigos) coadjuvantes continuam divertindo, sendo um bom alívio cômico e o Imperador é bem interpretado por Ian McDiarmid transbordando poder e confiança em seus planos. A direção de Richard Marquand é eficiente ao imprimir as sequências de ação sem que o público se perca no meio do caminho, além disso, o diretor consegue encaixar muitíssimo bem a espetacular trilha sonora de John Williams, que por sua vez, se alterna entre o ‘obscuro e ameaçador’ e o infantil.
E esse é exatamente um dos graves problemas presentes no filme: É praticamente impossível não se incomodar com o fato dos rebeldes necessitarem desesperadamente da ajuda dos Ewoks, uma ‘tribo’ de ursinhos fofinhos (só faltava atacarem os inimigos com um arco-íris que saísse de suas barrigas) e muito datados visualmente. E é ruim ver que mesmo sendo o mais recente, O Retorno de Jedi surja como o mais velho dos três: Os efeitos de computação gráfica ora funcionam ora falham tremendamente, a batalha de sabres de luz está cada vez mais emocionante e divertida, as batalhas espaciais são ótimas e as cidades apresentadas lá no fim não são ruins também.
Porém, o grande erro deste terceiro capítulo (ou sexto, dependendo do ponto de vista) está presente nos seus quarenta minutos iniciais: Se O Império Contra Ataca tinha um começo um pouco demorado mas que era divertido e empolgante, aqui se substituí os ataques no planeta gelado pelo resgate de Han Solo, o que além de não mover a trama para lugar nenhum, cansa, são enjoativo e completamente dispensável (se não fosse pelo furo deixado pelo filme anterior, essa sub-trama poderia não existir, e NINGUÉM sentiria a mínima falta). Além disso, os defeitos gráficos são muito expostos por esses intermináveis quarenta minutos, exatamente por sua imensa ambição inalcançável (os atores usando maquiagem e acessórios de plástico são quase patéticos).
Mesmo com todas esses defeitos irrepreensíveis, O Retorno de Jedi é uma ficção científica de primeiro nível: Explora ainda mais o universo criado por George Lucas (mesmo que caía na mesmice e seja narrativamente similar á primeira aventura), dá fim á jornada incrível de seu protagonista e ainda fecha o ciclo narrativo sem desrespeitar os fãs. Mas se os rebeldes não tivessem sido ajudados pelos Ursinhos Carinhosos aposto que o filme se sairia melhor.
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