Sou fã de vampiros (#MeCondenem). Vai parecer coisa de nerd e admito que é, mas não posso deixar de considerar, para dizer o mínimo, que há muita força dramática em uma criatura que para viver é obrigada a matar. Personagens vampiros são pratos cheios para a ficção. O cinema, assim como outras artes, já bebeu nessa fonte (de sangue) muitas vezes. Tantas que eles foram jogados em um baú de gêneros ultrapassados onde dividem o espaço mofado com o faroeste e a chanchada. Por mim, eu também jogaria a comédia romântica no mesmo baú. Enfim...
O fato é que em 2010 vi um dos melhores filmes do gênero: Deixe Ela Entrar (Låt den Räte Komma In, Suécia, 2008). Tudo bem que não é exatamente um filme de vampiros, mas não podemos escapar do fato de que um dos protagonistas é uma criança sugadora de sangue. O filme sueco, usando a metáfora do ser imortal, traz questionamentos interessantes sobre inocência, infância, solidão, lealdade, bullying e, como não podia deixar de ser, amor. Quando saí da sessão fui correndo para a internet procurar interlocutores para discutir as questões que me deixaram com a pulga atrás da orelha e, para minha alegria, descobri que elas foram propostas exatamente para ficarem no ar. Umas mais do que outras, evidentemente (Alguém mais acha que o pai do Oskar é gay???).
Nessa mesma busca de outras leituras do filme me deparei com o fato que Hollywood, oportunamente, faria uma versão do longa. Imediatamente fui tomado pelo sentimento de Regina Duarte (#ToComMedo) e já previ uma catástrofe cinematográfica e um êxito comercial. Exatamente pelo suposto sucesso de bilheteria, na minha cabeça, a cópia suplantaria o original. Nada disso se confirmou. Durante meu retiro espiritual em Barbacena, vi o remake hollywoodiano e, pasmem, não é ruim. Deixe-me Entrar (Let Me In, EUA, 2010) é uma versão honesta que, embora não tenha dado atenção a algumas coisas que seu antecessor sublinhou, ressaltou outras sem comprometer o sentido. Não se pode dizer que é melhor, até porque não é, mas superou expectativas. Em tempo, também não foi um grande sucesso comercial. Pena. Poderia atrair atenção para o filme sueco. Nota: 7,0.
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