Uma ótima história. Original, bem elaborada e com cenas de ação de tirar o fôlego. Produzido por Peter Jackson filme é uma das grandes surpresas do ano.
É disso que o cinema precisa, originalidade! O cinema, o público e todos que acompanham dia-a-dia o cinema necessitam de filmes diferentes, únicos. Idéias existem de monte, basta pessoas talentosas souberem adaptar suas idéias em filmes qualificados e eficientes. Peter Jackson é um artista que se intrometeu no mundo do cinema. E com “Distrito 9” ele dá mais uma demonstração de todo o seu talento.
Peter Jackson dessa vez ficou encarregado da produção do filme, deixando a direção para o novato Neill Blomkamp, que não é genial, mas consegue realizar um bom trabalho. Jackson teve a maestria de adaptar a obra de J.R.R. Tolkien trazendo ao cinema á super produção “O Senhor dos Anéis”, ele também nos presenteou com a ótima adaptação de “King Kong”.
Há cerca de 20 anos uma nave alienígena pousa misteriosamente em solo africano, por motivos desconhecidos. Sendo completamente discriminados e odiados pela população os alienígenas são transportados para uma região afastada, em uma das principais cidades da África do Sul, Johanesburgo, permanecendo por lá durante 20 anos o local fica conhecido como Distrito 9. Mostrando com muita coragem, Jackson demonstra toda pobreza que vive á África, o tal Distrito 9 se intera como uma favela. Tentando evitar conflitos mais bruscos, mas principalmente de estudar mais afim os alienígenas uma empresa privada está prestes a transferir os alienígenas para uma espécie de campo de concentração. O encarregado de comandar a remoção dos alienígenas será o atrapalhado Wikus Van der Merwe (Sharito Copley), que só terá a chance de se manter a frente a operação porque seu sogro é o dono da empresa. Auxiliado pelo o exército um acidente acaba acontecendo. O todo desajeitado Wikus acaba se contaminando por uma substancia desconhecida. Estranhamente depois de algum tempo ele começa sofrer mutações de alguma forma fundindo o seu DNA com o de um alienígena, sendo assim ele passa a ser o homem mais procurado do momento, graças á ele ser o único a conseguir utilizar as armas dos extraterrestres, antes inúteis aos humanos.
A forma de narrativa escolhida para á introdução é a mesma utilizada em “A Bruxa de Blair” , “REC” , “Cloverfield”, apostando em uma interação maior do público dando a idéia de que tudo é real, o filme aposta na sacada de utilizar uma câmera, “filmando” o que acontecia no distrito 9, dando um tom de que a trama é um documentário, uma ótima idéia.
Tendo um argumento original surpreendente e inovador, “Distrito 9” consegue ser eficiente em seu segundo ato, mesmo que com outra forma o filme consegue empolgar pelas cenas de ação e os ótimos efeitos utilizados.
Obviamente o segundo ato é mais comum, sendo considerado um tanto clichê, mas quem disse que ser clichê é ruim? Vai dá forma que o clichê é utilizado, e aqui ele não atrapalha em nada. Há um grande corporativismo de que o filme deve ser original do começo ao fim. É impossível! Tudo no cinema já foi feito, idéias podem e devem vir de monte, mas a base sempre será copiada, basta abrir os olhos e começar a utilizar melhor a palavra “Clichê”. Sendo então o segundo ato a resolução da trama, o filme é todo centrado em cenas de ação de tirar o fôlego, graças a ótima edição de som e principalmente da montagem. Com um visual muito bem elaborado “Distrito 9” consegue mais um ponto positivo.
O filme poderia ter um desenvolvimento melhor principalmente do ator principal vivido por Sharito Copley, demonstrando com um pouco mais de clareza suas emoções e dando mais foco ao desespero de estar solitário e procurado por todos. O excesso de cenas de ação pode atrapalhar no andamento do filme, mas de forma algum pode ser considerado um erro. Apenas foi uma escolha utilizada pelos produtores, para trazer o público específico.
E por falar o público vale ressaltar o trabalho de marketing magistral utilizado em “Distrito 9”. Em cidades como Curitiba, por exemplo, existia um número em que você ligava para “denunciar” e encontrar o fugitivo Wikus, tão original quanto o filme, o marketing vem mostrando cada vez mais que é uma ferramenta a mais para divulgação e apreço do filme. Em “Cloverfield – O Monstro” o marketing foi em cima do documentário e o suspense em saber do que se trata o filme, em “Batman – O Cavaleiro das Trevas” o marketing foi em cima do Coringa, e agora vem “Distrito 9” com mais uma ótima idéia que possivelmente será copiada
O filme produzido por Peter Jackson foi indicado á 4 Oscar, incluindo: Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado (Neil Blomkamp e Terri Tatchel), Melhor Montagem e Melhores Efeitos Visuais.
Sendo uma das gratas surpresas do ano, “Distrito 9” é original e com cenas de ação sensacionais. Vale a pena conferir.
Nota: 7,5
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