Creio que todos vocês conhecem Tim Burton. Não? Vou dar uma dica. Ele ficou conhecido depois do sucesso de “Edward Mãos de Tesoura (1990)”. Ainda não mataram? Também dirigiu o gigante de bilheteria recentemente lançado, “Alice no País das Maravilhas (2010)”. Agora sabem não é? Mesmo que não conheçam esse, que é um dos maiores cineastas da atualidade, com certeza já viram pelo menos uma de suas obras. Nos últimos anos Burton vem lançando grandes produções de altíssimos orçamentos, como a refilmagem do sensacional “A Fantástica Fábrica de Chocolate (1971)”, e a já mencionada adaptação do livro de Lewis Carroll.
Quem o conhece, sabe que uma de suas paixões é trabalhar com a técnica de stop motion, e certamente já assistiu a, “O Estranho Mundo de Jack (1993)” e “A Noiva Cadáver (2005)”. Porém, pouquíssimos conhecem “Vincent”, primeiro trabalho de Tim em stop motion, no qual ele descarrega toda a sua essência, como geralmente fazem os diretores em início de carreira.
“Vincent” se trata de um curta metragem feito em 1982, que narra a história de Vincent Malloy, garoto de sete anos de idade, que sonha em ser o grande astro de filmes de terror de décadas passadas, Vincent Price. Os mais antenados conseguiram perceber que o filme é uma rica e belíssima homenagem a Price, e um retrato da infância do próprio Tim Burton, que quando criança, fascinado por histórias de terror, se deleitava nos contos fantásticos de Edgar Allan Poe.
Portanto, fã e admirador do ator que ganhou fama ao protagonizar filmes como, “Museu de Cera (1953)” e “O Corvo (1963)”, e foi grande influenciador de sua carreira, Burton não podia deixá-lo de fora de sua produção e o convidou para dar voz a narração do curta. O roteiro, que em forma de poema ganha uma linda sonoridade na voz de Vincent Price, foi escrito pelo diretor.
Não é por ser de curto tamanho que “Vincent” fica atrás de outras produções do seu criador. Eu o considero um de seus mais magníficos trabalhos (que poderia até ser transformado em longa), pois consegue transmitir com perfeição o que rodeia a obscura e fantasiosa mente de Tim Burton. Um filme realmente fantástico.
Infelizmente, nos últimos anos, não podemos ver Tim em sua máxima criatividade e entrega à arte, jogando tudo que há dentro dele para a película e em seguida para o nosso deslumbramento. Queremos mais do verdadeiro Tim Burton. Aquele que sensibilizou o mundo dirigindo Johnny Depp como o menino das mãos de tesoura (filme esse que recebeu a última atuação do querido Price). Então nos resta esperar para ver quando Burton nos surpreenderá novamente.
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