Holocausto Canibal. Provavelmente poucos de vocês ouviram falar desse, que foi um dos mais polêmicos filmes já lançados. Dos poucos que ouviram, contam-se nos dedos os que tiveram a coragem e o sangue frio de resistir até o final. Até aí tudo bem. Fazer um filme polêmico está ao alcance de todos, daí a ser preso por sua realização é algo que ninguém espera. Foi o que aconteceu com o diretor italiano Ruggero Deodato após as inúmeras controvérsias geradas pela estréia de Holocausto Canibal em 1980.
Mas do que se trata o filme? Depois do desaparecimento de quatro jovens cineastas que realizavam a produção de um documentário na Amazônia, o professor da Universidade de Nova York, Harold Monroe (Robert Kerman), parte em busca da verdade sobre o que aconteceu aos documentaristas. Lá, estabelecendo contato com tribos selvagens, e de uma maneira bastante cordial, consegue recuperar os rolos de filme utilizados pelos cineastas, e retorna à cidade. Mas as imagens ali encontradas não foram nada agradáveis. Os quatro jovens foram brutalmente assassinados e devorados por canibais.
Aí está a polêmica do filme. A forma como Deodato nos mostra isso é tão real, que muitos acreditaram que os atores realmente foram mortos. Essa crença foi fortalecida pelo fato de existir um contrato firmado entre diretor e elenco, estabelecendo que estes só poderiam mostrar as caras em qualquer instrumento de mídia depois de um ano da estréia do filme. Estreado em Milão, após dez dias a produção foi confiscada e Deodato preso, tendo que enfim, provar que as mortes não foram reais – apresentando os atores em um programa de televisão italiano – explicando como foram feitas. Todavia, são inegáveis as mortes de animais. Estas realmente aconteceram, sendo a produção duramente criticada.
Em uma carta que Sergio Leone (grande diretor italiano) escreveu para Deodato dizia: “Querido Ruggero, que filme! A segunda parte é uma obra mestre de realismo cinematográfico, mas tudo parece tão real que acho que te meterás em vários problemas”
O filme é uma grande obra do cinema que não pretende apenas mostrar atos cometidos por selvagens canibais, mas sim lançar uma crítica à sociedade moderna comparando-a com as tribos silvícolas. Na frase proferida pelo professor Monroe no fim do filme, isso é facilmente percebido: “me pergunto quem são os verdadeiros canibais”.
Mas quero poupá-los de detalhes sobre o filme. Vocês terão que assistir para entender as críticas que Deodato faz à civilização hodierna. Logo avisando que, não é pra qualquer um. Contendo cenas fortíssimas de estupro violento, assassinatos brutais e tortura, Holocausto Canibal foi proibido em diversos países e considerado um dos maiores filmes de terror da história, e entre os vinte mais controvertidos. Para os cinéfilos e apreciadores do estilo, se torna um filme indispensável.
http://cinemafiablog.wordpress.com/
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