Bem inferior a seu antecessor - Match Point - mas nem por isso desagrada. Allen, definitivamente, continua sendo um grande cineasta.
Antes eu gostaria de esclarecer algumas coisas, como por exemplo a insatisfação de algumas pessoas diante desse longa. Woody Allen não é um diretor comum, ele tem inteligência e além de tudo um humor ácido que vai além de nossas capacidades de previsão. Por esse mesmo motivo quando todo ano sai o novo filme de Allen, uma grande expectativa corre a respeito de longa e da estória. Expectativas essas que muitas vezes não são concretizadas. Mas isso com certeza não dá cabimento algum de desmerecer o filme ou intula-lo como um péssimo trabalho. É dificil fazer uma obra prima quando se produz um filme a cada ano. Mas mesmo assim Allen continua fazendo seus pequenos filmes, com ótimos roteiro e piadas sutis. E a respeito do que alguns "pseudo-críticos" falam a respeito de seus trabalhos recentes, o próprio diretor deixa claro que isso é muito relativo, já que o mesmo não faz filme pra outros e sim pra ele mesmo.
Sondra (Scarllet) vai a Londres e lá encontra um mágico, já morto, que a aponta um grande furo jornalístico, que a ajudaria a se lançar no mundo das noticias. Com a ajuda de Sid Waterman (Allen) ela vai até o suspeito e finge ser outra pessoa para arrecadar provas contra o grande empresário Peter Lyman (Jackman).
Esse, como muitos filmes de Allen, não tem grandes estórias mas traz a surpresa e a inteligência das pequenas sutilezas. Sejam elas um final surpreendente ou, e principalmente, seu humor ácido diante da vida e das pessoas. Aqui o próprio diretor se encarregar de fazer o papel do ajudante atrapalhado com respostas "afiadas" para tudo. E Allen não desaponta, entrega um persongem hilário sem cair no caricato. E esse é o bom dos filmes "woodyalianos", não há nada que apele, tudo gira em torno de você compreender as piadas, por que aqui o humor é inteligente.
Allen mais uma vez chama Scarllet - talvez sua nova musa - para interpretar a personagem principal. De começo a atriz parece um pouco deslocada no papel, mas não demora muito para ganhar nossa simpatia. Já Jackman agrada, mas também não surpreende.
O final, como todo filme de Allen, é surpreendente seja por uma surpresa, seja por um sentimento de reflexão. Aqui é mais pelo primeiro tópico, apesar de que não ser lá uma grande surpresa. Porém a simplicidade da estória é compensada não só pelas atuações, como também pelo belo roteiro de Allen, que nos entrega uma estória simples, mas que não dá para não se envolver. Somos apresentados aqui também, mais um vez, a cidade de Londres. Palco de seu filme antecessor, e Woody Allen aproveita ainda para fazer piadas, não muito violentas é claro, com o modo de vida londrino, como por exemplo quando ele diz que odeia dirigir de lado direito do carro. É tudo bem construído para que nós, simples espectadores, possamos por um momento nos divertir e apreciar um bom filme, pois é disso que é feito os longas do diretor mais querido, e mais criticado, do cinema.
No final a sensação é de missão cumprida e de ter acabado de assistir mais um filme de Allen, o que deixa uma sensação, diga-se de passagem, maravilhosa.
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