Um filme que se apóia no ótimo roteiro de Jenny Lumet e na atuação excelente, da atriz em alta, Anne Hathaway.

Kym volta pra casa para comparecer ao casamento da irmã Rachel. Vinda da clínica de reabilitação, Kym irá trazer de volta à família velhas estórias e um passado trágico, fazendo com que todos se mobilizem contra ou a favor de sua chegada.

Uma estória bem próxima de qualquer um de nós é contada pelas lentes do diretor Demme. Acostumado a filmar longas de suspense e "terror", na minha humilde opinião, Demme sente-se desconfotável ao filmar esse drama, já que trata-se de um gênero bem diferente. Propondo-nos cenas pouco felizes e a direção das câmeras em certos takes faz lembrar - e muito - filmes de suspense, marcados por câmeras trêmulas, o que dá uma sensação desconfortável à quem assiste, propiciando-nos uma certa angústia.

Outro ponto contra para o longa, eu diria, são alguns elementos que poderiam ser retirados facilmente da estória. Como os músicos que tocam quase metade do filme, coisa excessivamente desnecessária e irritante. É tanto que a personagem Kym até volta a falar que realmente não era preciso eles estarem tocando música toda hora. Além disso as partes técnicas do longa não são muito bem trabalhadas, como a direção de arte e fotografia, entre outros elementos que poderiam ser bem mais trabalhados.

Porém isso é compensado com o ótimo roteiro de Lumet, que apesar de abordar um estória meramente natural e um tanto parecida com qualquer um de nós - já que todos temos problemas familiares - consegue colocar em cada ponto, em cada fala e em cada cena uma emoção, uma sensação familiar claustrofóbica e dificil de superar, já que a família de Kym passaram por situações bastante tristes no passado. Ponto para o roteiro do filme, que não nos propõe nada de diferente ou nenhuma surpresa no final, mas guarda a simplicidade natural e trágica dos personagens, deixando nos aproximar a eles e até a se identificarem.

Outro ponto a favor do longa é a bela atuação de Anne Hathaway que deslanchou para o mundo da fama depois do aclamado "O diabo veste prada", sim, porque nos outro filmes anteriores, vide "O diario de uma princesa", sua interpretação é sofrível. E veja só... como o mundo dá voltas. Pelo "Casamento de Rachel" ela recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor atriz. Mas realmente sendo umas das minhas atrizes favoritas, no momento, Hathaway entrega uma personagem transtornada com o passado e com a dificil tarefa de se reconciliar com alguns erros cometidos antes. Antiga alcoolátra e possivelmente drogada, a personagem de Hathaway é perfeita e principalmente humana. Kym é uma garota tentando se refazer na vida e largar-se dos fantasmas do passado.

Um filme que impressiona pelo roteiro simples, porém belo, e pela excelente atuação de Hathaway