Se teve um filme de super-heróis que passou por uma grande desconfiança ao longo de sua produção foi Homem-Aranha (Spider-Man). Afinal, a produção era uma grande incógnita. Sam Raimi, diretor de filmes trash ou de terror B na direção do personagem mais famoso dos quadrinhos, o sem sal Tobey Maguire como Peter Parker. Motivos para dar errado não faltaram, mas em maio de 2002 o mundo se surpreendeu, e Homem-Aranha é o mais divertido (e um dos melhores de gênero) filme de super-heróis já lançados no cinema.
A história do adolescente Peter Parker acredito ser a mais conhecida dentre todo o universo de super-heróis, então, por isso mesmo dispensa apresentações. Entendendo isso, o roteirista David Koepp juntamente com Sam Raimi faz uma introdução bem simples e básica de Peter, não perdendo muito tempo (em menos de 30 minutos ele está com os poderes de Aranha).
Porém, claro, o filme é dividido em duas partes. A primeira é a descoberta dos poderes de Aranha e o que fazer com isso. Afinal, Parker é um adolescente que está se descobrindo, e bombardeado com o poder, precisa aprender a lidar com isso, e sim, Homem-Aranha consegue espaço na sua primeira metade para discutir esse tipo de questão: O que fazer com os novos poderes? Novas responsabilidades virão para Peter.
Diante dessas questões, o roteiro consegue construir uma das grandes cenas do filme (que não é de ação) é o famoso diálogo entre Peter e Tio Bem, com a frase “com grandes poderes vem grandes responsabilidades”.
Na segunda parte, Peter compra seus poderes (e claro ainda na primeira, o vilão é muito bem apresentado e desenvolvido), decide virar o super-herói, e ainda se torna fotógrafo de um Jornal que odeia o Aranha, isso resulta em grandes cenas de ação entre Homem-Aranha e Duende Verde, muito bem orquestrada por Sam Raimi.
O que não torna Homem-Aranha perfeito é que nessa segunda parte todo o clichê de filmes americanos são lançados no ar, e acaba tornando o filme até de certa forma previsível, mas nada que estrague seu resultado final. O tom fantasioso dado por Sam Raimi é outra coisa positiva no filme, as cores são muito vivas (apesar de hoje o filme parecer velho), o uniforme Power Ranger (como dizem os fãs mais ácidos) do Duende Verde; uma bela direção de arte.
O Peter Parker dos quadrinhos não é o mesmo do filme. A abordagem de Raimi foi optar por um nerd looser, diferentemente do que se vê nos gibis de Stan Lee. Apesar do risco, o resultado da composição de Peter é muito boa (melhor que a atual), e a escolha de Tobey Maguire para o papel deu muito certo dentro da imagem que se queria dar a Parker, com muito carisma, e o vilão também tem bela atuação de Willem Dafoe.
Claro que houve reclamações dos fãs mais chatos, mas não dá para negar, Homem-Aranha é um grande filme de super heróis (sim, um dos melhores), o mais divertido e o mais popular, já que com o roteiro simples, e história fácil de se entender, o Aranha é comprado pelo povo. Grande filme.
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