Para quem acha que o Laerte está na vanguarda do Cross-dressing, “O inquilino”
trás o Sr. Trelkovsky (Roman Polanski) vestido como uma mulher, maquiada e afetada, mas
sob influência de um agente externo, talvez uma maldição do apartamento que ele resolveu
alugar.
O filme perpetua a penumbra do apartamento alugado por Trelkovsky. Seus
vizinhos são idosos rabugentos e que o pressionam para que não faça barulho e os incomode.
A antiga moradora, do seu novo aposento, chamada Simone Choule se suicidou por motivos
desconhecidos, por meio de um salto da janela do quarto. O desconhecido atrai o espectador
e o personagem principal, que não consegue compreender totalmente o que aconteceu com a
garota que suicidou. Alguns detalhes que são inseridos ao decorrer do filme, como o dente
dentro de um buraco atrás do guarda-roupa e os moradores do prédio permanecem estáticos
dentro do banheiro coletivo, olhando para a janela do apartamento de Trelkovsky.
Logicamente ele fica muito perturbado com tudo isso e imagina uma grande conspiração para
que ele se transforme na garota suicida e depois cometa o mesmo ato (mas essa idéia se
mistura a da existência de um Doppelgänger em duas cenas. Uma que Trelkovsky que está na
latrina e se vê no quarto e no fim do filme quando ele está deitado após duas tentativas de
suicídio na mesma situação de que Simone Choule, e revive a visita realizada por ele e a amiga
a garota moribunda).Mesmo descontente com tudo isso ele não muda de apartamento (talvez
pela pressão exercida pelo Monsieur Zy, o locatário, e sua baixa auto estima) e aprofunda-se
na sua angustia biliosa paranóia.Talvez alguns possam achar que a partir do despertar da
paranóia de Trelkovsky o filme muda de gênero para comédia, mas na minha opinião não
deve-se decupar a obra dessa maneira.
(seria o mesmo que interpretar o
final “O Bebê de Rosemary “como galhofa também)Essa é uma bela obra da trilogia do
Apartamento com a mesma claustrofobia e sensação de pânico de “O Bebê de Rosemary”.
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