O Primeiro filme internacional de Mazzaropi
Diz a lenda que pensando em possiveis bilheterias no exterior, Mazzaropi então teria planejado o filme que você acompanha o comentário nesse momento.
Bariloche é o destino escolhido pelo ator e cineasta para essa produção de 1972.Bariloche para quem não sabe é uma das mais belas cidades da América do sul e que se localiza em terras argentinas.
Um caipira em Bariloche conta a história de homem do campo que é quase que obrigado a vender sua fazenda ( a dita Guacyra) pela mulher, genro e filha. Polidoro ( Mazzaropi) acaba vendendo contra seu gosto para um homem que nem ele e sua familia sabe do carater dele a não ser o genro de Polidoro que por baixo dos panos dá um golpe no caipira. A trama está formada e isso acaba com uma viagem até Bariloche e uma porção de conflitos.
Mazzaropi sabendo que as platéias seriam mais severas em questão de qualidade usou o que tinha de melhor ou apenas fingiu usar aquilo que tinha de melhor. A abertura com Elza Soares cantando aos pés do Cristo Redentor é de grande energia e alegria. É com certeza um dos melhores números musicais já realizados nos filmes do ator. Com quase um quarto do filme, Mazzaropi canta "Adeus, Guacyra", mas a forma como é executada essa canção no filme não agrada. É quase uma lembrança de outro filme de Mazzaropi... Casinha Pequenina de 1963. Uma curiosade é que está canção também é apresentada em um clássico da Vera Cruz, Floradas na Serra de 1954.
A fazenda Guacyra tem esse nome no filme para ser usado como pretexto a canção anteriormente citada.
O ator que interpreta Agenor ( o vilão máximo da fita) está bem no tom dado ao papel. Zé Luiz, o genro ( feito por Edgar Franco) está a mesma coisa que fez em outros filmes, não mudou nada mas mesmo assim está bem. Geny Prado que mais uma vez faz a mulher de Polidoro não tem muito espaço para desenvolver algo a sua altura. Destaque para o elenco argentino que é bom, porém pouco util.Aliás, o titulo em si não se adequa ao filme já que a viagem de Polidoro dura poucos minutos num longa de uma hora e meia.
A direção de arte está levemente melhor do que em outros filmes mas mesmo assim deve muito para aquele que quer fazer sucesso internacional. Figurinos normais e movimentos de camera fora da estética cinematográfica. O diretor Pio Zamunner que dirigiu o filme e também faz a fotografia tem uma mania de rodar a pelicula atrás do corrimão da escada e isso acontece em vários filmes do comediante. Agora me diga, o porque disso? É repetitivo e chato demais e isso sem falar de quando a camera roda durante dialogos.
Além da abertura é digno dizer que o número musical e toda a sequência do baile de carnaval é memorável e bem engraçado. Uma troca de fantasias e um encontro as escondidas ocorrem nesse trecho que é possivelmente a melhor parte do filme e também dou destaque para a sequência final onde ocorre um tiroteio e uma grande explosão.É talvez a cena mais eletrizante da filmografia do comediante. E um momento engraçado do final é quando entre tiros e mais tiros Polidoro acende seu cachimbo.
Mais uma vez como acontece em vários filmes de Mazzaropi, uma briga se instala em um bar beira de estrada. Enfim, é pouco novidade para muito repeteco.
Apesar dos trancos e barrancos o filme é regular e tolerável. Um caipira em Bariloche foi um grande sucesso de bilheteria do caipira mais amado da sétima arte.
Obs: um momento ímpar é na sequência que Polidoro tenta esquiar. Engraçado!!!!
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