O encontro com o passado sempre é tenebroso. Tenha ele sido bom o mau. Essa é a viagem de Michael (Ryan Reynolds). Aqui, o nosso personagem principal faz uma retrospectiva de sua infância e de todos os medos e aflições em que esteve envolvido.
O filme, dirigido de forma magistral por Dennis Lee, passeia entre os relacionamentos de uma família, sobretudo focado na relação pai e filho. A estória é contada no presente com passagens de flash back.
No passado: Michael é um garoto que vive com a mãe Lisa (Julia Robert) e o arrogante pai Charles (Willem Dafoe). Charles é um escritor – ou pelo menos tenta ser – que não consegue sucesso com suas publicações. Sempre criticado, ele desconta sua ira na família – ou talvez seja essa sua real personalidade. Quem mais sofre é Michael. Ele é obrigado a seguir a carreira do pai (um escritor) – na verdade mais uma escolha do que obrigação - e sempre é mal tratado de forma estúpida. Lisa, a mãe do garoto, serve como um equilíbrio. É ela quem consola Michael depois das indignações de Michael. No meio entra Jane – irmã de Lisa. Aos poucos ela se torna a melhor amiga do garoto, o que o ajuda a passar a fase turbulenta.
No presente: Michael (Ryan Reynolds), já adulto, volta para casa em uma reunião familiar. Logo no início do filme uma surpresa: Sua mãe morre em um acidente de carro, no qual o primo de Michael – filho de Jane – se culpa por ter sido ele o causador do desastre. De volta à casa em que cresceu, Michael é tomado por lembranças ao mesmo tempo que começa a reavaliar sua relação com o pai, a irmã, e a tia.
Michael escreve um livro autobiográfico, revelando detalhes de sua infância: seu sofrimento e sua conturbada relação com o pai.
O filme tem boas atuações – até o péssimo Ryan Reynolds consegue dar conta do recado, não compromete a obra. A fotografia é um ponto alto. Belas localizações deixam o filme poético, junto, claro, com uma boa trilha sonora. O diretor consegue conciliar momentos dramáticos com um bonito fundo musical. A estória é excelente, apesar de não tanto original. Mas, chama a atenção pela simplicidade como é contada, mesclando entre passado e presente, o que ajuda a moldar a personalidade de cada personagem, ou, pelo menos, nos faz compreender quem é cada um.
O produto final só não é melhor pela falta de originalidade e a ausência de um elenco mais conceituado. No entanto, não deixa de ser um filme recomendável, principalmente para um programa em família. Com certeza vai chamar a atenção quanto as atitudes, culpa e arrependimento num contexto familiar.
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