A história do holocausto contada sobre os olhos de um garoto aventureiro.
Com olhares inocentes, o diretor tenta narrar o massacre judeu na Alemanha nazista. O filme, baseado no livro de John Boyne, conta a estória de Bruno, um garoto de oito anos, filho de pai militar que é promovido a um cargo de confiança no regime Hitlerista.
A infância do menino é vivido no centro urbano de Berlim, crescendo ao lado de amigos de sua idade e aprendendo, na escola, os ensinamentos patriotas pregados na época.
Uma família estruturada e com prestígios perante a comunidade local. (Há de se ressaltar a posição política da avó do menino, mãe de seu pai. Ela é totalmente contra o regime nazista, ou pelo menos contra o massacre judeu). Começa aí os problemas familiares que implicaram, futuramente, na definição do caráter de um dos personagens (o pai).
Com a promoção do pai, a família é obrigada a se mudar para o interior do país. Bruno não aprova a idéia de se afastar de seus amigos, mas logo descobre um mundo inexplorado e nasce a sede de descobrir o que há na fazenda (na verdade um campo de concentração de judeus (campo de trabalho).
A amizade de Bruno, entre grades, com um garoto judeu, pôe em dúvida o caráter do pai. Dividido em partilhar a amizade do judeu ou assumir sua posição como patriota, o garoto entra num mundo ainda inexplorado: a busca da verdade.
Os pontos positivos do filme a serem avaliados é a trilha sonora. Realmente perfeita. A trilha é na verdade um vedante para tampar o monte de problemas que citarei a seguir.
A começar pelos pontos negativos podemos ressaltar as atuações. Olhares forçados e semblantes mentirosos marcam negativamente o desenrolar do filme. A única atuação a se salvar é do pai Hitlerista interpretado por David Thewlis.
Muita relação pode ser criada entre esse filme e "A vida é bela". Principalmente pelo fato de narrar a história com olhares inocentes, o que na verdade não funciona. O holocausto ser tratado como um "jogo" remete à obra de Benigni, muito superior a essa.
A amizade entre o garoto alemão e o judeu é explorado de forma distante. Não passa a verdadeira dúvida que se criaria na cabeça de Bruno. Aqui o filme comete o mesmo erro d'"O caçador de pipas".
A adaptação à obra de John Boyne não está a altura. Uma estória linda que deveria ser tratada não para emocionar somente, mas para nos levar à reflexão. O grande erro do filme é querer induzir o telespectador às lágrimas, sobretudo com o olhar tristonho do menino judeu, o que fica muito caricato e dá vontade de rir.
A literatura de Boyne ficou em mãos fracas, sem peso para levá-la com seriedade.
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