A estreia de Monte Hellman em Hollywood com certeza não foi glamourosa, e este exemplar está vivo para nos provar isto. Mesmo dirigindo um daqueles filmes B com monstros gigantes e nojentos que ninguém sabe de onde surgiram ou de como morrem, o cineasta parece ter esquecido onde estava e o que estava conduzindo, em vista da tamanha falta de tato em desenvolver tensão ou gerar um clímax decente com a presença da onipresente criatura. E a falta de recursos técnicos não pode ser usada como desculpa, já que tantos outros exemplares de semelhantes dificuldades financeiras conseguiam ao menos entreter os já entediantes telespectadores das sessões de meia noite da década de 50.
A aparição do monstro é realizada sem critérios, seus movimentos pela nevasca também, sem contar o clímax derradeiro e seu corte final, parecendo ter sido realizado por uma criança. Os personagens passam a projeção toda caminhando montanha acima na tentativa de escaparem da policia depois de um assalto realizado, intercalando essa viagem com breves aparições do monstro. Depois ao final do filme, todos os personagens (isso mesmo, TODOS) voltam e se enfiam dentro da caverna que TODOS sabem onde está o perigo, mas que ignoram completamente por causa dos ciumes do manda-chuva da gangue em relação a uma garota e seu novo affair. Uma comédia.
O problema deste exemplar justamente é não conseguir atingir aquilo que promove, que nada mais é que um entretenimento rápido e barato. A falta absurda de coerência, personagens caricaturais e situações bizarras que de tão estúpidas e improváveis conseguem aqui e ali arrancar um sorrisinho de canto de boca, não são suficientes para deixar o público interessado ao longo de intermináveis 75 minutos de projeção.
Por fim, ruim ou não, este capítulo permanecerá eternamente na história do cinema como mais um exemplar exagerado de um estilo que buscava desligar o cérebro do telespectador e colocá-lo em estado vegetativo de apreciação, que na verdade serviam apenas de desculpa e distração para casais darem uns pegas nos estacionamentos em que se transmitiam essas porcarias à meia noite. E mesmo nos dias atuais, filmes com este conteúdo e objetivo ainda marcam presença garantida na vida dos amantes deste gênero, vide as dezenas de filmes para a TV sob o selo de qualidade 'Roger Corman'.
Não diria que é tão ruim assim, mas é fraco pro que Hellman faria depois...o ponto mais fraco são os personagens