James Cameron chocou a sétima arte ao lançar ‘’Titanic’’, até então o filme com maior bilheteria da história e um marco no plano dos efeitos especiais, grandiosos e avançados para a época,há aproximadamente 12 anos atrás. Com um orçamento milionário e uma previsão negativa dos críticos, o filme foi um sucesso, arrecadando prêmios e espectadores.
Agora nos deparamos com o ‘’Titanic’’ do século XXI, do mesmo diretor e sob a mesma fórmula, com o mesmo tipo de proposta de revolução (a tecnológica, claro). ‘’Avatar’’ é, inegavelmente, uma experiência sensorial nunca vista antes na história do cinema e provavelmente definirá o rumo que o cinema atual tomará, com a iminente tecnologia 3D.
Em um futuro, somos apresentados a um planeta chamado Pandora, onde a população terráquea montou uma base militar com o objetivo de estudar os Na’vi (nativos) e seus hábitos e conseguir o Obtanium, um tipo de metal bastante cobiçado pelos seres humanos. Jake Sully resolve participar do projeto Avatar, que permite uma pessoa a assumir um corpo de um Na’vi para interagir no meio deles para aprender de perto a cultura dos habitantes do planeta. Em troca, descartaria para sempre de sua vida a cadeira de rodas, a qual estava preso devido a um problema crônico nas pernas.
Obviamente, o protagonista se encanta pela cultura nova, há um conflito interno entre a sua função de espião e a vontade de se aliar aos Na’vi, se apaixona por uma nativa, Neytiri e por fim, troca de lado, num roteiro pra lá de previsível. O roteiro de ‘’Avatar’’ é fraco e repleto de clichês, não nos apresenta nenhuma originalidade e parece não ter sido um dos maiores focos do trabalho de Cameron.
Os efeitos gráficos são deslumbrantes e ponto, isso é inquestionável. Cameron esperou anos para que existisse tecnologia para filmar sua obra, e no momento certo nos entrega um filme impecável em termos técnico. A realidade, a leveza e fluidez que os Na’vi se deslocam pela tela nunca foram vistas antes. Não há como assistir a versão 3D e não se impressionar com Pandora, a sua magnífica fauna e flora tão detalhadas e bem feitas, a cultura, mitologia e idioma dos Na’vi, tudo detalhado meticulosamente aliados a uma tecnologia de tirar o fôlego.
O grande porém do filme fica por parte do roteiro, este bastante fraco e não possibilitando essa obra de se tornar um grande filme. Falta originalidade no discurso, o excesso de clichês, tanto na trama como em frases chega a ser exaustivo e tiram bastante da beleza quase impecável de Pandora e seus nativos. Atuações corretas por parte de todos os atores envolvidos, que se entregam a seus papeis e dão lugar a essa grande experiência que é assistir ao filme.
Ainda há espaço para o diretor expor alguns tópicos, como a questão do militarismo excessivo americano aliado a ganância por matéria-prima e a questão da natureza, a interação do ser vivo com ela, e até uma possível alusão a tão polêmica hipótese Gaia. Nesta, grosseiramente falando, todos os seres vivos fariam parte de uma grande cadeia, e nossos atos, assim como nossas funções orgânicas seriam reguladas de forma a manter o bom funcionamento desse ser maior que seria a natureza. Esse tópico acaba sendo até bem explorado no filme, mas não fica tão claro por falta de dados, enquanto a questão do militarismo talvez tenta ficado um pouco superficial.
‘’Avatar’’ foi um grande fenômeno e realmente conquistou seu espaço no cinema, dividindo opiniões no mundo inteiro, arrecadando bilheterias monstruosas e oferecendo uma experiência sensorial única.James Cameron esbanja domínio técnico nesse exemplar, expondo todo o seu conhecimento técnico sobre tecnologia computadorizada e, quem sabe, ditando um novo caminho para uma nova geração de cinéfilos e cineastas que está por vir. Agora é esperar pra ver
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