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Críticas

Cineplayers

Animais são melhores que humanos e salvam comédia de matinê.

5,0

É difícil imaginar alguma utilidade superior para filmes como O Zelador Animal (Zookeeper, 2011). Suas limitações naturais, advindas desde a fase de roteirização, fazem ser óbvio o seu objetivo principal: divertir um público mais jovem, crianças e adolescentes, com referências modernas que se perderão em poucos anos. Não há cuidado apurado com o que se mostra na tela, é cheio de incoerências e não tem vergonha delas, pois sabe que não foi produzido para gerar discussões maiores, que vão além do tradicional "qual a cena mais engraçada do filme?". Aqui, ao menos, há um punhado delas, e o diretor de Click (idem, 2006), Frank Coraci mostra que continua tendo certo talento para o cinema de matinê, simples e aprazível para seu público-alvo.

Ver novamente Kevin James interpretar um gordinho de baixa autoestima, mas que, por alguma razão Hollywoodiana, deseja (e consegue ter) as mulheres mais lindas da cidade, pode ser um contra que tire a vontade do público mais maduro de sequer chegar perto da sala de cinema (ou, então, aquele cartaz genérico e horrendo de sua pessoa cercada de bichos, numa alusão cafajeste ao bem-sucedido Uma Noite no Museu [Night at the Museum, 2006]). Há vida, porém, atrás dos clichês e do fato de já se saber o final do filme após 10 minutos dentro dele, e essa afirmação está no fato de que o núcleo de animais falantes está anos-luz à frente das cenas envolvendo os vários coadjuvantes inúteis que contracenam com James.

Os animais mecânicos de Zookeeper são simplesmente engraçados. Particularmente, detesto filmes com animais falantes metidos a bestas, arrogantes e cheios de si em seu mundo particular. As liberdades artísticas que os roteiristas deram a eles aqui, porém, fazendo-os falar com humanos e agir como eles sem um conjunto de regras aborrecidas e sem se preocupar com qualquer nível de coerência (gorila no bar, por exemplo), ao mesmo tempo em que mantiveram, cada um deles, suas características próprias, trouxeram um ar simpático e acabaram garantindo cenas marcantes, embora desprovidas de lógica (por isso são interessantes) e que fazem Kevin James parecer uma criança de dez anos.

Isso tudo, como já foi comentado, é melhor do que os sub-enredos envolvendo a disputa pela loira cerebralmente limitada com o homem cerebralmente doente; o funcionário apaixonado por cobras; o outro funcionário que maltrata os animais; etc. Como não poderia deixar de ser, não há profundidade em nada do que a obra escreve ou passa a seu espectador, e mesmo James não passar de um personagem limitado e estereotipado. Mas falar isso é cair na mesma obviedade que Zookeeper propõe. Uma proposta, aliás, necessária para manter o público de matinê ou crianças e adolescentes consumindo cinema e mantendo seu interesse pela arte, mesmo que unicamente no núcleo popularesco dela. Não é um grande filme, mas, brincando com elementos fantasiosos de forma ingênua, não ofende ninguém e é um passatempo razoável.

Comentários (2)

Kennedy | sexta-feira, 21 de Outubro de 2011 - 14:53

Esse filme é uma merda. Não recomendo a ninguém. Muitas piadas são sem graças e MUITAS cenas são exageradas para serem engraçadas, tornando-se, assim, forçadas e ridículas.

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