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Críticas

Cineplayers

Uma comédia muito acima da média, divertida e hilariante, com uma ótima trilha sonora.

7,5

Divertido! Se eu pudesse classificar O Virgem de 40 Anos em apenas uma palavra, definitivamente seria divertido. E como! O filme é “alto-astral” do início ao fim, evita em cair em clichês românticos como 99,9% das comédias no cenário atual e possui um protagonista simpático que carrega o filme nas costas com bastante competência. Aliás, por falar em clichês românticos, só pelo título do filme já poderíamos imaginar que o mesmo envolveria o relacionamento do protagonista com uma mulher em especial. Envolvimento esse que é abordado de forma bem simples, às vezes exagerado, mas o mais importante, evitando clichês. Pode ir tranqüilo assistir que a fita não é apenas mais uma comédia-romântica, aliás, ela sequer é uma.

The 40 Year Old Virgin conta a história de um homem de 40 anos chamado Andy (Steve Carell) que muito pouco fez na vida além de colecionar bonecos de jogos antigos, montar em sua casa um verdadeiro palácio da diversão (o sonho de toda criança), trabalhar no estoque de uma firma de eletrônicos e possuir uma vida tranqüila. Andy acaba sendo convidado por seus amigos para uma noite de pôker e esses, por sua vez, conversa vai, conversa vem, descobrem que o nobre rapaz ainda é virgem, pobre coitado. Está armado o palco da confusão. Como vocês já devem estar pensando, sim, o filme é bastante previsível (d’oh), acho que ninguém imaginaria um final diferente. Mas o fato de ser previsível não o torna menos engraçado. Muito pelo contrário. Por fugir de clichês tradicionais e conter inúmeras passagens engraçadíssimas o filme não perde a atenção do público durante um momento sequer e seu final é extremamente bem editado.

Steve Carell, esse é o cidadão culpado pelo sucesso do filme, lembrando que o mesmo ficou por semanas na primeira colocação dos mais assistidos nos cinemas norte-americanos. Steve consegue passar vários estereótipos com seu jeito desconcertante de ser. Simpático, nerd, alienado, bom moço e muito, mas muito atrapalhado. Não consigo me lembrar de nenhum outro grande filme que Carell tenha feito além de uma outra boa comédia protagonizada por Will Ferrel chamada O Âncora. Nessa comédia, Steve fazia o papel de Brick Tamland e já chamava a atenção por seu modo simples mais cativante de conduzir personagens-caricaturas ou estereotipados.

O filme possui tantas, mas tantas passagens engraçadas, que seria impossível retratá-las todas aqui, ou sequer lembrar de todas. A forma como o diretor Judd Apatow conduz a caracterização do personagem principal é simples e prende a atenção do público por manter sempre um ritmo agradável. Depois da caracterização inicial, cito outras passagens muito engraçadas: a forma como os amigos de Andy descobrem que ele ainda é virgem, o primeiro encontro dele com a menina que trabalha na livraria ao lado, a forma como seus amigos “reagem” a seus progressos e seu final, surpreendentemente cativante, simples e alegre. Antes de mais nada, precisava dizer isso: não se preocupe, vá ao cinema tendo a certeza de que você de fato irá ver uma comédia que definitivamente NÃO lhe mostrou todas as partes mais engraçadas no trailer: quanto a isso, fique sossegado, o filme possui centenas delas.

O envolvimento de Andy com sua “escolhida” e com seus amigos é muitíssimo bem construído e, graças a deus, o filme não perde ritmo ou possui queda de qualidade em seu ato final, muito pelo contrário, o final do filme é demais, com direito a coreografia musical com todo o elenco da produção, um show à parte. Uma forma simples, inteligente e muito divertida de se terminar uma comédia. E por falar em música... A trilha sonora de “The 40 Year Old Virgin” é completamente retrô e agrada bastante também. A música do final é fantástica, mas deixo isso a deleite do público descobrir. Por falar nisso, o filme possui inúmeras ligações com outros filmes, presentes a todo momento na produção através de referências visuais ou incorporadas no diálogo dos personagens, vale a pena prestar atenção em determinadas passagens só para descobri-las. As mais engraçadas, sem sombra de dúvidas, são as seqüências em relação a Star Wars e o seriado norte-americano Everybody Loves Raymond.

Finalizando para não tecer ainda mais elogios ao filme, não poderia deixar de mais do que recomendar essa boa comédia protagonizada por Steve Carell que conta com um simpático e competente elenco coadjuvante também. O filme é muito simples e cativa o público de seu início ao fim através de inúmeras passagens engraçadas, situações bizarras, referências inteligentes e um número musical engraçadíssimo ao final da produção. Realmente um trabalho muito acima dos que Adam Sandler e Rob Schneider estão tão acostumados a fazer. O filme possui cerca de quase duas horas que passam voando como o vento. Sem sombra de dúvida, vale a pena.

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