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Críticas

Cineplayers

Uma drama realista e intenso, porém sem nada de realmente novo. Nicole Kidman deveria ter ficado com o Oscar.

6,5

Finalmente, depois de muita demora, atrasos e desencontros, consegui assistir (em VHS) o filme que deu o Oscar de Melhor Atriz à Halle Berry, a atriz negra que surpreendeu a todos ao tirar o prêmio das mãos da favoritíssima Nicole Kidman, por Moulin Rouge. Infelizmente, “A Última Ceia” não é aquilo pelo qual todos esperávamos: é um filme centrado em dois personagens principais que algumas vezes chega a ser monótono e com diálogos pouco interessantes.

O filme pode ser dividido em três partes bem sistemáticas: a execução, o acidente e o pós-transa. A obra conta a história de duas famílias que tem seus caminhos cruzados de maneira nada peculiar. Hank (Billy Bob Thorton), seu pai Buck (Peter Boyle) e seu filho Sonny (Heath Ledger) formam uma família de três gerações (se é que podemos chamar disso) caracterizada pela ausência total de amor entre seus integrantes e até mesmo por si mesmos. O pai é um racista idoso que agora necessita de ajuda para realizar afazeres do dia-a-dia e se auto-intitula um “imprestável”. Hank é um sujeito com cara de poucos amigos que detesta, do fundo do coração, o próprio filho, Sonny; que por sua vez tem uma pose de homem duro e “rústico” como seu pai mas que no fundo no fundo é um sujeito simples e comum que ama o próprio pai, mas que nunca recebeu uma palavra amiga em retribuição. Esses três homens que moram sob o mesmo teto em comum só tem uma coisa: suas profissões. Todos os três trabalham como agentes policiais da cidade local, comandam execuções de presos condenados à morte, entre outras coisas.

A outra família em questão é a de Letícia (Halle Berry), casada com Lawrence, um presidiário condenado à morte, e da união de ambos surgiu o pequeno obeso Tyrrel. O filme começa com Letícia e Tyrrel indo visitar o pai na cadeia onde têm seu último contato com o mesmo. A família de Letícia é uma típica família de negros classe média-baixa dos Estados Unidos: possuem um carro caindo aos pedaços, a casa hipotecada e uma ameaça de despejo que em breve será concretizada, entre outros problemas... A partir dessa descrição fica um pouco mais fácil perceber o desenrolar do início da trama: Hank, Sonny e a turma de policiais locais executarão (na cadeira elétrica) o marido de Letícia, Lawrence.

O que “A Última Ceia” traz de melhor é justamente as atuações de seus dois personagens principais, protagonizados por Billy Bob e Halle Berry, fora isso não há outros aspectos que chamem assim tanta atenção (tecnicamente falando) além da própria trama, que na primeira metade do filme chega a ser muito monótona, apesar de tocar em assuntos que chamam atenção do público como uma execução na cadeira elétrica e a difícil situação das duas famílias.

Monster’s Ball faz jus a sua censura: 18 anos. A cena de sexo entre Billy Bob Thorton e Halle Berry é uma das mais tórridas e arrebatadoras já vistas no cinema. É tão real, tão bem feita que não te passa outra idéia na cabeça a não ser que os atores realmente transaram para fazer a cena. Repito, é muito real, de deixar qualquer um de boca aberta. Não é tão bonita e sensual de se ver quanto as cenas de Infidelidade (2002), mas ainda sim deixa muita gente boquiaberto pela sensação tórrida de realidade que passa. É surpreendente, incrível e irresistível (você nem pisca, só observa). Entretanto, há outras cenas exageradas que não vi necessidade de serem levadas ao filme como as cenas de Hank e Sonny transam (ou tentam) com aquela prostituta, que não faz mais nada no filme além de aparecer sem roupa.

O final também pode não agradar a muitos, embora seja simples e de fácil entendimento. O diretor não nos reservou nenhuma surpresa ao final, se isso é bom ou ruim só deus sabe. Concluindo, só gostaria de acrescentar uma opinião pessoal: não acho que Halle Berry realmente tenha merecido o Oscar e o Urso de Prata por “A Última Ceia”. Seu trabalho realmente é muito bom, mas 2001 foi realmente o ano de Nicole Kidman, fantásticas apresentações em suas duas grandes obras de 2001: Moulin Rouge e Os Outros.

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