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Críticas

Cineplayers

Muita pirotecnia e nada de inteligência.

2,0

Há alguns anos, milhares de crianças japonesas foram parar nos hospitais com epilepsia fotossensitiva, após assistirem a uma seqüência do desenho animado Pokémon. Com Transformers: A Vingança dos Derrotados, é provável que mais gente vá parar nos centros médicos pela mesma e simples razão: o espectador estará sujeito a todo tipo de stress mental que um produto audiovisual pode produzir em som e imagem por intermináveis duas horas e meia de projeção.

É tudo bem ao gosto do Michael Bay que estamos acostumados: cortes incessantes, explosões a todo o momento, muito corre-corre e zero de cérebro.  Só que tudo isso elevado a enésima potência, se firmando praticamente como um enorme videoclipe, ou videogame, ou um híbrido entre os dois (que não ousem chamar isso de obra cinematográfica).  As pausas vêm somente quando Megan Fox está em cena, sempre seminua e em posições eróticas – a primeira vez que ela aparece, está sobre uma motocicleta, num shortinho minúsculo e bundinha arrebitada para cima – para delírio das espinhas dos adolescentes.

Transformers: A Vingança dos Derrotados começa com um prólogo ambientado em 17.000 a.C. Nele, ficamos sabendo que os nossos antepassados já tinham entrado em contato com os alienígenas-máquinas (ou algo que o valha). Já no presente, humanos e Autobots (os Transformers do bem) cooperam na tentativa de conter um vazamento tóxico na China, que dá margem para as primeiras cenas de destruição. Enquanto isso,  Sam Witwicky (Shia Lebeouf) deixa  o lar para ir para a universidade, para o desespero de sua mãe e seus sapatinhos (Julie White em momento de vergonha alheia).

Quando Sam, o clichê do herói relutante, toca num fragmento de um cubo alienígena, surgem vários Transformers-Gremlins que destróem a casa. Ele ainda enfrentará a Transformer-Carrie (Isabel Lucas, páreo duro para Megan Fox), os Transformers-cachorros, as Transformers-insetos e todos os demais  Transformers-Decepticons (os malvados), que desejam roubar o nosso Sol e outras coisas tão vexaminosas quanto aleatórias.

Nesse momento, nada mais do “filme” faz sentido: Sam tem ataques epiléticos (sim, ele também!) e passa a rabiscar símbolos extraterrenos em todos os lugares – um momento que ficará eternizado na carreira de LeBeouf; o Egito passa a ser locação por algum motivo; um monte de subtramas desconexas saltam à vista, envolvendo um monte de personagem sem motivo aparente de existência; John Turturro entra em cena para pagar mico, seminu; e um monte de coisas a mais que devem ter um propósito qualquer, que não seja o de dar coerência ao andamento de uma narrativa que não existe.

É hora de deixar, então, o cérebro fritar nas seqüências pirotécnicas que saltam a tela até os créditos, sem se importar nem um pouco em relação ao que está acontecendo, e esperar o estardalhaço terminar. Conselho de amigo: não esqueça o analgésico.

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