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Toy Story 3

(Toy Story 3, 2010)
8,8
Média
1287 votos
?
Sua nota

Críticas

Cineplayers

Toy Story 3 consegue ser ainda melhor que seus antecessores, e confirma a série como uma trilogia sem pontos baixos.

10,0

Existem muitos motivos que levam uma continuação a ser feita. Durante o verão americano são verdadeiras febres, basta um filme ter feito sucesso moderado pra que as vezes mais dois estejam engatilhados, sem nenhuma preocupação se a história de fato renderia tanto. Muitas vezes, uma boa idéia acaba virando uma trilogia ruim, como em Matrix. Outras, uma visão diferente de um gênero saturado acaba se tornando mais uma franquia esticada até que pare de dar lucro, como Jogos Mortais. Mas muito de vez em quando aparece um filme como Toy Story 3, que apesar do apelo popular, é feito com grande afeição aos personagens e um bom roteiro.

O primeiro Toy Story foi um marco no cinema em 1995, sendo o primeiro longa feito 100% por computação. Sua continuação veio em 1999, mais de 10 anos atrás, e embora sejam sucessos de bilheteria, não são os mais populares dos filmes da Pixar. Ainda assim, assistindo ao terceiro filme, percebemos que os envolvidos têm uma relação especial com Woody, Buzz, e todos os personagens do quarto do Andy. E é impressionante constatar que os filmes evoluíram muito. O primeiro é divertido, e apresenta os personagens. O segundo fortalece a nossa relação com eles, faz com que nos importemos. O terceiro é o perfeito equilíbrio entre todos os elementos que fizeram de Toy Story um sucesso. Seja pelo valor emocional, as cenas de aventura ou os diálogos sempre inspirados que dão personalidades aos bonecos.

Nesse terceiro filme, Andy está a caminho da faculdade, e os brinquedos estão preocupados com o que acontecerá com eles, se serão levados para o sótão, doados para uma creche infantil ou simplesmente jogados no lixo. É triste constatar que a vida daqueles brinquedos que tanto amamos se resumiu a criar planos que chamem a atenção do seu dono, e que por anos ninguém brincou com eles. O roteiro é muito eficiente em nos fazer importar com o destino dos personagens, em humanizar bonecos, e a fazer entrarmos no mundo de fantasia que eles criam.

Os filmes de Toy Story também sempre foram eficientes ao inserir novos personagens. Alguns dos melhores momentos do segundo filme envolviam Jesse, a cowgirl, que havia sido abandonada por sua dona, ou a Sra Cabeça de Batata, ou os vilões Stinky Pete e o Imperador Zurg. Agora somos mais uma vez envolvidos pelo metrossexual Ken, o ursinho cor de rosa Lotso, o assustador Big Babby, o dramático Mr. Pricklepants, entre tantos outros. Trazem um novo senso de humor, sempre inteligente, surpreendendo em algumas escolhas e conseguindo divertir crianças e adultos.

Também é interessante perceber o quanto nos envolvemos com Andy. Apesar de ser um personagem a princípio secundário, Toy Story é a história dele, e do seu amadurecimento, tanto quanto é a história de Woody, e da constituição de um grupo unido, uma quase família. Andy é parte importante desse grupo, e perceber que ele está crescendo, seguindo em frente, é de partir o coração, embora inevitável.

Pela primeira vez, não coube a John Lasseter a direção do filme. E embora isso possa parecer preocupante, ele ainda é responsável pelo roteiro, e você pode perceber sua influência em toda a produção. Lee Unkrich, que havia editado os filmes anteriores, e já havia dirigido Procurando Nemo e Monstros S.A., ficou responsável em manter a qualidade dos filmes anteriores e se superou no cargo. Muitos filmes de ação poderiam aprender um pouco com Toy Story 3, sobre como coordenar uma sequência de ação sem tremer a câmera e fazer cortes incompreensíveis e, ainda assim, manter a tensão. As cenas no lixão devem manter as crianças grudadas nas cadeiras, e certamente não vão entediar os adultos.

Toy Story 3 é um dos melhores filmes de 2010, uma animação que só consegue ser equiparada por outros filmes da Pixar dentro do mercado americano, ou a obras-primas mundiais como A Viagem de Chihiro, Persépolis As Bicicletas de Belleville, ficando entre os mais recentes. É muito mais do que uma boa animação. É um grande filme.

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