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Críticas

Cineplayers

Um filme melhor que os dois anteriores, ainda com suas falhas, mas que ao menos pode ser considerado um bom trabalho de George Lucas.

7,0

E a saga teve o seu fim. Ou o seu meio exato, se preferir. George Lucas finalmente encerra sua série vencedora, e desta vez, com uma bela cereja sobre o bolo. Não que "A Vingança dos Sith" chegue aos pés de "O Império Contra-Ataca", por exemplo, mas é bem superior aos dois episódios anteriores.

"A Ameaça Fantasma" era infantilóide. "O Ataque dos Clones" melhorou, mas ainda não era grande coisa. Portanto, a expectativa para este novo filme não era lá muito grande, até porque George Lucas é um excepcional produtor, nunca um bom diretor. Mas eis que ele reage e consegue entregar um belo trabalho, que tem seus defeitos, claro, mas que não desaponta os fãs e que encerra com brilho a saga de Anakin Skywalker (Hayden Christensen).

O filme começa já no meio da ação, mostrando Obi-Wan Kenobi (Ewan McGregor) e Anakin duelando nas Guerras Clônicas (a Industrial Light & Magic, empresa de efeitos especiais do George Lucas, modelou cerca de cinco mil naves diferentes para essa cena) e tentando salvar das garras do terrível Conde Dooku (Christopher Lee) o Chanceler Supremo Palpatine (Ian McDiarmid). Depois, ficamos sabendo que Padmé (Natalie Portman) está grávida de Anakin, e que este está se aproximando do já liberto Palpatine.

Só que o ambicioso Palpatine deseja tornar a República em Império e ele mesmo se tornar o Imperador – e que acaba conseguindo com a aclamação do Senado, para desespero de Padmé, que neste momento pronuncia a fala mais genial do filme: "a liberdade morre assim, debaixo de clamorosos aplausos". Enquanto isso, Anakin já começa a dar sinais de que poderia vir a trair os Jedi em prol a Palpatine, já que este possui um poder que Anakin tanto deseja. E assim que Palpatine assume o Império, a guerra entre os Jedi e o Império estará declarada, o que culminará na mudança de Anakin em Darth Vader – não esquecendo que este é o maior vilão da história do cinema – e no nascimento dos gêmeos Leia e Luke, filhos de Anakin e Padmé.

A primeira metade do filme é a mais irregular, com excesso de efeitos especiais, cenários por computador e diálogos constrangedores – Anakin encontra os Jedi, depois encontra Palpatine, para depois encontrar Padmé, para voltar a falar com os Jedi. Um saco. Mas quando o Imperador declara guerra aos Jedi, o filme ganha um ritmo alucinante, linear, com belíssimas lutas coreografadas – destaque para o duelo entre criador e criatura, Obi-Wan e Anakin, sob um rio de lava. Outra batalha bacana é entre o Mestre Yoda (Frank Oz) e o Palpatine, que deixará muitos fãs de cabelo em pé.

O trabalho de atores, desta vez, está bastante acertado, com McGregor, McDiarmid e Portman bastante à vontade nos papéis, no tom certo. Quem destoa (e irrita profundamente) é Hayden Christensen, que não consegue fugir das caretas e quase estraga a esperada transformação de Anakin para Vader. Christensen é talentoso (quem já viu "Tempo de Recomeçar" sabe do que estou falando), mas sua participação neste último episódio é patética, logo mais contracenando ao lado de um dos melhores atores da atual geração, Ewan McGregor.

Curiosamente, o filme tem defeitos técnicos, algo impensável em se tratar de um filme de George Lucas. Por exemplo, quando há movimentação humana sob efeitos especiais, o acabamento digital acaba se tornando falso – e isso ocorre em diversas cenas. Outro pequeno problema é de edição, quando Obi-Wan empunha sua arma contra Anakin e há um pequeno delay na entrada da cena. Um erro altamente primário que poderia ter sido facilmente corrigido. Em contrapartida, a trilha magistral da série está lá, conduzida por John Williams, que insere novos temas, com grande utilização de coro, mas sempre mantendo a base que tanto é apreciada pelo mundo do cinema. E a fotografia de David Tattersall, toda digital, surge encantadoramente bela (foi o único de todos os episódios a usar cenários totalmente virtuais, sem uma única locação sequer).

É, a saga acabou. Esta, que revolucionou o mundo do cinema com uma história fantástica (e séria também, cheia de paralelos políticos e metáforas belicistas), que conquistou tantos seguidores como nenhum outro filme jamais fez e que se tornou referência em assunto de cinema, ficará imortal para sempre, nesta galáxia não muito distante.

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