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Críticas

Cineplayers

Mais do mesmo e o pior da série até então. Mas também é o mais violento e o que mais mostra nudez.

5,0

Com um descanso de apenas dois anos em relação ao terceiro filme da série “Sexta-Feira 13”, este “capítulo final” da saga de Jason contra os adolescentes das proximidades de Crystal Lake foi o mais fraco da série até então (porém, garanto que muitos fãs vão discordar de mim, e certamente eles têm seus motivos para isso). Na direção, saiu Steve Miner e entrou Joseph Zito, que no final das contas não fez nada para mudar a série – ritmo e estilo do filme são basicamente os mesmos vistos nos capítulos anteriores. Claro que de capítulo final esse filme não tem nada, até porque foi mais um que faturou muitas vezes mais do que custou para ser produzido. Apenas um ano depois o quinto capítulo chegava aos cinemas, aí sim tentando algo de novo, mas aí é uma outra história...

O fato é que a imortalidade de Jason começava, finalmente, a tornar os roteiros dos filmes irritantes. Não apenas clichês (como sempre foram), mas sim forçados ao extremo e provedores de humor não-intencional que viria a estragar definitivamente a série alguns capítulos mais tarde. De forma geral, a série estava començando a se tornar totalmente redundante e aborrecida e, se alguém ainda não a considerava dessa forma até este quarto capítulo, não poderia mais negar esse fato daí para frente. Ainda assim, como já foi comentado, o filme rendeu muito dinheiro, pois a produção é econômica e a demanda pelo gênero, pelo menos àquela época, não era atendida, ao contrário de hoje em dia, quando vemos facilmente mais de uma dúzia desses filmes ao ano.

Para compensar a cena inicial no necrotério, muito ruim, as mortes são as mais violentas até então – embora não sejam necessariamente as mais tensas e excitantes. A mocinha deste capítulo é especialmente estúpida (o que é um clichê de toda a série e até mesmo do gênero), mas aqui ela consegue superar negativamente o grau de QI das mocinhas dos filmes anteriores. Seus defensores atestam que quando se age sob a pressão de um assassino atrás de si as pessoas não utilizam muito a lógica, e nesse sentido as consecutivas tentativas de “deixar-se matar” são justificadas, mas não menos irritantes. Na tentativa de criar tensão, o roteiro simplesmente abusou da paciência dos espectadores, criando cenas irrealistas e improváveis demais.

O único ponto forte do filme foi ter investido em novos elementos – não são apenas jovens atrás de sexo. Há uma família com uma criança no meio da história (Corey Feldman), que viria a ter sua história continuada em episódios posteriores. Não deixa de ser uma camada extra no “estudo” (se é que isso existe) da mente perturbada de Jason – qual seria o comportamento do assassino ao se defrontar com uma criança como ele era à época de sua morte? Não que o filme perca tempo analisando isso, mas ao menos, como foi comentado, há um elemento novo aí. E novamente na série podemos ver atores (desta vez são dois), que viriam a tornar-se bastante famosos, surgirem com o lançamento de um Sexta-Feira 13 – Corey Feldman (que viria a estrelar Os Goonies) e Crispin Glover (de De Volta para o Futuro).

O filme fez sucesso mas desde seu lançamento não obteve respeito algum por parte de crítica e público. Ou mesmo de seu elenco. O ator Ted White, que interpretou Jason, se recusou a falar com os outros atores nos sets de filmagem, justificando que isso diminuiria o temor deles pelo seu personagem. O mesmo ator disse que somente atuou pelo dinheiro, e pediu para não incluírem seu nome nos créditos do filme, pois considerou o filme “um monte de merda”. Apesar de depois ter se arrependido, não foi o primeiro ator da série a criticar os filmes: Betsy Palmer, que fez a mãe de Jason no original, havia falado a mesma coisa.

Como curiosidade quase inútil, pode-se citar que este é o Sexta-Feira 13 com a maior quantidade de nudez em toda a série. Em termos técnicos, ao contrário do filme anterior, este aqui é muito mais escuro e aborrecido de se acompanhar. As cenas passam-se basicamente à noite sob chuva em duas casas vizinhas e dentro da mata. O filme anterior tinha cenas diurnas e um clima diferenciado e mais sufocante. Aqui basicamente é mais do mesmo. Como você deve ter percebido, fica complicado falar do quarto capítulo de uma extensa série como esta sem utilizar-se de inúmeras comparações. Como filme individual, o valor é quase nulo; como parte de uma série maior, o “capítulo final” também pouco adiciona, mas funciona melhor, pois somente os fãs da série vão se importar em assistí-lo.

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