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Críticas

Cineplayers

Novo capítulo da saga ainda esbarra nos diálogos sofríveis escritos por Stephenie Meyer.

3,0

A saga dos críticos para assistir aos filmes da franquia Crepúsculo continua com um filme ligeiramente superior ao anteriores, o que é o mesmo que nada. Desta vez, o cargo de diretor coube a David Slade, cujos filmes mais famosos aqui no Brasil foram Menina má.com e 30 dias de noite. Ironicamente, Slade já declarou publicamente que não gosta da série, e que nunca se aproximaria dos filmes. Mas talvez esse “desapego” ao material original tenha sido bom, quanto menos diálogos de Stephenie Meyer no roteiro, melhor o filme fica.

É claro que ainda não é o suficiente pra tornar o filme bom. As atuações canhestras persistem, se tornando realmente difícil destacar alguém pelo estoicismo. Kristen Stewart já havia provado ter algum talento em filmes como O Silêncio de Melinda ou Na Natureza Selvagem, mas aqui parece ter esquecido tudo que aprendeu (pra ser justo, ela já tinha esquecido quando fez Jumper, muito antes de começar a lidar com vampiros). Sua personagem, Bella Swan, demostrava ser chata e sem personalidade antes, quando passou Lua Nova tentando se suicidar por não ter seu amor correspondido. Agora, que está com Edward ao seu lado, ela percebe que tem sentimentos por Jacob, e continua com o seu dom de colocar as pessoas em situações ridículas, como na cena em que o triângulo amoroso tem que dividir uma barraca.

Mas se Bella não é particularmente interessante, ela possui pretendentes a altura. Edward, que até então possuía o único defeito de ser um vampiro e não querer estragar a vida da amada, parece regredir séculos e ignorar a época em que vive. Chega ao ponto de proibir Bella de visitar Jacob, nem que pra isso tenha que quebrar seu carro. E em uma determinada cena, que é provavelmente o ponto mais baixo que a saga chegou até o momento (e isso é algo de peso), Edward prega os valores do sexo apenas após ao casamento. Risco de vida, violência, guerras são travadas em nome desse amor, mas sexo antes do casamento... inconcebível!

Taylor Lautner... temo dizer que é o ponto forte do triângulo. Em todos os sentidos. E pra quem duvida, ele fica sem camisa durante boa parte do filme pra comprovar. Não que sua atuação seja brilhante, mas ele possui o personagem menos enfadonho dos três, o que novamente não quer dizer muita coisa. Triste mesmo é constatar que Bryce Dallas Howard, que havia começado tão bem sua carreira com A Vila, e até mesmo Manderlay, agora se dedica a pequenas participações em Homem Aranha 3 e em filmes como este Eclipse. O mesmo pode se dizer de Dakota Fanning, que da menina-prodígio de Uma Lição de Amor pouco restou. Sua participação é tão pequena que ela deve ter perdido mais tempo na sessão de fotos do poster do que nos sets de filmagem.

E o que faz de Eclipse melhor do que o início da saga? Eles utilizam menos os efeitos toscos, o que é sempre uma vantagem. Tomei a liberdade ainda de ignorar a dificuldade que foi matar apenas um vampiro em cada um dos outros filmes, enquanto aqui vemos um exército do tipo “mais feroz que existe” com uma fragilidade de bonequinhos de papel brincando na água. Depois de três filmes, a lição que fica é que não se pode levar um filme desses a sério.

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