Saltar para o conteúdo

Críticas

Cineplayers

Épico moderno filho dos anos 90.

7,0
Guy Ritchie é um diretor peculiar para um filme como Rei Arthur - A Lenda da Espada (King Arthur: Legend of the Sword, 2017). Sua linguagem televisiva, de montagem meio epilética, que vai e volta no tempo sem muitas regras, que não tem vergonha em embananar presente e futuro em eventos paralelos, de um humor britânico afiado e de planos que giram e se reenquadram, nunca pareceu combinar bem com um épico clássico como a história de ascensão ao trono de Arthur, então a proposta é, no mínimo, interessante.

Não é a primeira vez que a Warner escolhe Ritchie para modernizar um ícone da literatura britânica: enquanto Sherlock Holmes (idem, 2009) foi um enorme sucesso comercial, como filme era fraco, mas já dava uma boa ideia do que o diretor poderia fazer com outros nomes famosos. Voltamos um pouco mais na era da humanidade, para quando espadas, cavalos e castelos habitavam o lendário e os mitos criavam fantasias. No Rei Arthur de Ritchie, monstros mitológicos são reais, magos são poderosos, temidos e caçados e as traições políticas / familiares seguem como mote para estruturar uma narrativa. É um filme legítimo. Ironicamente, em um trabalho muito mais polido, comercialmente ele vem se mostrando quase um desastre.

Chama a atenção que, mesmo com toda peculiaridade habitual na hora de contar sua história, a proposta visual do filme impressiona por sua sobriedade. Os castelos parecem realmente fortalezas, as torres de magia são impressionantes e as névoas nas montanhas deixam toda aquela história fantástica intimamente realista. Quase não tem sangue, mas não faz falta. No fundo, o Rei Arthur continua sendo Rei Arthur, mesmo com todas as adaptações e estilo de Ritchie, e essa mistura em tela encontra o tom e se mostra muito mais interessante do que pode parecer à primeira vista no papel.

Arthur (Charlie Hunnam) é escondido pela família após um ataque do tio Vortigern (Jude Law), que toma o trono do pai. Mais velho, depois de passar sua vida sendo criado em um bordel, é chamado pelo destino: chegou a hora de tirar a clássica espada da pedra e ajeitar as coisas. Mas, antes, ele precisará aceitar o seu destino.

Essa passagem de tempo dita um elemento que o filme trabalhará sem subestimar o seu público: o ritmo. A criança vira adolescente em uma série de cenas rápidas, de música moderna impotente - estilo musical que ecoa por toda a ótima trilha -, de forma satisfatória e sem perder tempo com filosofia ou reflexões. É quase um clipe da MTV, da época boa, com direito a ponta de David Beckham e tudo. Perde-se esse ritmo em dois momentos chaves: quando a espada será retirada e no final, quando o filme enrola desnecessariamente até o confronto final com a ótima caracterização - justificada - do vilão. Tropeços que passaram batidos na ousadia, mas pelo menos não dura três horas.

No final, o novo Rei Arthur acabou se saindo muito melhor do que qualquer um poderia esperar. É um pouco menos épico do que poderia ser, mas cheio de identidade própria. A famosa lei da compensação.

Comentários (7)

Fernando Ribeiro | sábado, 10 de Junho de 2017 - 14:53

Nãos sou especialista, crítico nem nada mas em minha opinião, fizeram uma salada entre Eragon, Senhor dos Anéis e Rei Arthur. Fraco demais apesar do Charlie ser um excelente ator.

Matheus Gomes | quinta-feira, 05 de Abril de 2018 - 11:28

Acho que o problema é essa temática que não me entra mesmo. Filme medianíssimo!

Robson Oliveira | quinta-feira, 28 de Fevereiro de 2019 - 22:36

Filme bacana sim, acima da média e uma aventura bem empolgante, curti pra caramba!

Faça login para comentar.