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Patrulha Canina: o Filme

(PAW Patrol: the Movie, 2021)
5,5
Média
6 votos
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Sua nota

Críticas

Cineplayers

Da baía para a cidade grande!

6,0

Se fosse há alguns anos atrás, eu certamente olharia para este Patrulha Canina: O Filme de maneira diferente. Não esnobando-o, afinal, quem acompanha o Cineplayers sabe que sempre gostei de animações infantis, mas este aqui acabou tendo um papel fundamental nesse difícil período que vivemos: foi ele o responsável por marcar meu retorno às salas de cinema depois de um ano e meio afastado por causa da pandemia. Durante esse tempo, manter um filho de quatro anos - que me acompanhou na sessão - em casa entretido foi um desafio, onde fui muito ajudado por, vejam só, assistir a vários episódios do seriado animado da Nickelodeon por incontáveis repetidas vezes.

Não foi surpresa olhar para a tela e reconhecer Ryder, Chase, Sky, Marshall e toda a turma, que no filme precisam mais uma vez corrigir as trapalhadas do Prefeito Humdinger. Cansado de ver seus planos serem sempre frustrados pela turma da Patrulha Canina, ele decide ir para a cidade grande e acaba eleito por lá como o único candidato disponível, em mais uma das suas maracutaias. Como ama gatos e odeia cachorros, parte da trama gira em torno do sumiço dos caninos e das bizarrices que ele apronta pela cidade e como a turma irá corrigi-las, ao mesmo tempo em que uma nova cadelinha de rua chamada Liberty entra para o grupo - nome sugestivo para o império ditador que agora impera em Adventure City.

Um dos grandes méritos do filme é a evolução técnica assustadora. A composição de cada animal é muito mais detalhada do que na série de TV, simplista talvez até pela velocidade e praticidade em que precisa ser produzida. Cada animal tem pêlos muito mais realistas, o colorido é mais variado e a composição de cenários é complexa e lotada de vida. Outro grande mérito é herança do material original: os cachorros são muito simpáticos e até o vilão é impossível não amar, tornando a jornada muito leve e pontuada de risadas. Até mesmo piada com a origem do dinheiro que financia aquilo tudo é feita, quebrando a quarta parede e vestindo a carapuça para muitos pais - eu incluso.

Mas o filme tem pelo menos dois defeitos chatos. O primeiro é o desbalanceamento da importância individual dos caninos na história, alguns claramente com função na narrativa, enquanto outros ficam sumidos por boa parte da projeção e, quando aparecem, não têm relevância alguma para o contexto geral - poderiam ter sido facilmente cortados em uma sala de montagem. Quem mais chamou a atenção nesse sentido foi Zuma; quando fez algo, foi apenas para resgatar um cidadão aleatório que caiu no Rio. De resto, figuração de luxo.

O segundo é em relação ao protagonista da trama, Chase. É óbvio que, em um filme, é necessário dar uma enchidinha de linguiça para ter mais conteúdo e aprofundar os personagens. Mas, no caso dele, houve um apelo artificial para o drama. Ao contar sua origem e como isso o traumatizou, ficou claro que a produção queria emocionar os pequenos ao colocá-lo numa posição de abandonado para criar um desafio final a ser superado. O problema não é nem ter isso na história, mas como foi feito: dark demais para o público alvo - meu filho chorou muito e esboçou até mesmo querer ir embora. E olha que nem tô considerando a continuidade histórica disso, porque é um assunto que não lembro de ter sequer sido arranhado pela série. Achei desnecessário.

Tirando isso, é um filme que está quase sempre com o astral lá em cima, é divertido e cumpre bem a proposta de levar mais dinheiro para os cofres da Nickelodeon com produtos licenciados e novos caminhos a serem explorados. Só estejam avisados com esses momentos mais pesados da história, que podem pegar os seus pequenos desprevenidos.

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