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Críticas

Cineplayers

Vencedor do Camara D´Or de Cannes é uma agradável surpresa.

8,0

A melhor coisa sobre assistir o mais novo ganhador do Camera D´Or de Cannes (prêmio destinado ao melhor filme de estreia do Festival) é não ler absolutamente nada sobre ele, antes ou depois da experiência. Parte indissociável da riqueza de assistir certos filmes é o desconhecimento de rumo que a qualquer momento pode assolar a narrativa, e acompanhar nossas próprias reações diante da surpresa.

O melhor documentário que vem sendo produzido hoje no mundo na minha opinião flerta no chacoalhar de uma experiência híbrida com a ficção, e até nosso mestre Eduardo Valente bebeu dessa fonte; hoje todos semeiam a mesma maravilha por aí, e definitivamente não me interessa dissociar as linhas que separam verdade e invenção de alguns projetos.

Party Girl nasce daí, da investigação de um universo e de uma personagem que pode ser uma mulher qualquer, mas também é única. Acompanhamos meticulosamente flashes de sua rotina, hoje flertando com a decadência de um passado glorioso como corista, esbarrando no estereótipo da vida fácil. Ao despertar um sentimento mais profundo em um cliente e se deixar levar por ele, é aí que nossa "garota festeira" borra de maneira marcante os limites de gênero, transformando sua trajetória pessoal em documento real. Ou vice versa?

Trabalhando com material tão rico, o trio de estreantes consegue momentos estéticos notáveis, mesmo que aqui e ali caiam em certa repetição, que a própria estreia trata de perdoar em nome de tão vastas qualidades.

Comentários (1)

Gustavo Hackaq | quinta-feira, 25 de Setembro de 2014 - 00:47

Lupinha estendida. Btw quero muito ver esse.

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