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Críticas

Cineplayers

Comédia óbvia e banal, consolidada por enorme campanha publicitária.

4,0

Ben Stiller tem um faro comercial apuradíssimo. Esta é a conclusão que se chega ao término de Uma Noite no Museu, mais uma de suas comédias banais, mas de extremo sucesso. Nem a desaprovação da crítica norte-americana foi capaz de segurar o ímpeto comercial do filme, que ajudado pela agressiva campanha de marketing, facilmente passou dos 200 milhões de dólares em bilheteria só nos Estados Unidos, uma quantia astronômica. 

Derivação grandiloqüente de Toy Story – Um Mundo de Aventuras com algo de Jumanji (a referência mais óbvia), o filme concentra-se no personagem Larry Dayley (Stiller), homem que tenta manter a todo custo a ótima relação que tem com o filho Nick (Jake Cherry), fruto de seu casamento fracassado. Relação essa que começa a ser arranhada quando o filho percebe que o pai não consegue se estabilizar em um emprego e começa a se interessar pela profissão do padastro. É quando Larry consegue o emprego de vigia noturno do Museu de Arte Natural de Nova York e descobre que, durante a noite, os itens expostos no lugar ganham vida. 

Essa é a premissa básica do filme, baseada em um livro de Milan Trenc. A exposição de Larry aos inúmeros perigos surgidos dentro do museu durante a noite dá margem para que a velocidade do filme cresça vertiginosamente, com seqüências de ação que utilizam o que há de melhor na produção: os efeitos visuais e sonoros, que impressionam – destaque para um enorme esqueleto de tiranossauro rex, extremamente realista.

A maior decepção em relação a Uma Noite no Museu (na verdade, há um erro na tradução do título, pois a ação não se resume a apenas uma noite) é a absoluta falta de boas piadas ou situações engraçadas, inclusive desperdiçando um time de atores cômicos de primeira, desde Robin Williams até Owen Wilson, passando pelo inglês Steve Coogan. Nem mesmo Ben Stiller consegue algum destaque, culpa de um roteiro frouxo, convencional e sem um mínimo de coerência e ousadia, agravado por mais uma direção passiva de Shawn Levy, o mesmo que cometeu Doze é Demais e a refilmagem de A Pantera Cor de Rosa, que falha absurdamente em não conseguir criar gags visuais satisfatórias, que poderiam compensar o roteiro ruim que ele tinha em mãos. 

Para os nostálgicos, o filme traz de volta dois atores  veteranos que há tempos não apareciam em um grande projeto: Dick Van Dyke (Mary Poppins) e Mickey Rooney (de O Corcel Negro, quatro vezes indicado ao Oscar e vencedor de uma estatueta honorária), que se juntam a Bill Cobbs nos papéis dos zeladores do museu que cedem lugar para Stiller. Quando os três estão em cena, exibindo uma vitalidade impressionante, o filme cresce. Pena que apareçam tão pouco.

Mesmo com todos os seus problemas, Uma Noite no Museu é um passatempo leve, descompromissado, esquecível e que, amparado por uma bela campanha publicitária, fisgou um público não tão exigente, em busca de diversão nas férias. Uma receita de sucesso infalível. Mais um ponto para a carreira de Ben Stiller.

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