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Críticas

Cineplayers

Boas piadas, boa direção e boas atuações fazem de Morte no Funeral uma belíssima comédia de humor negro.

7,0

Lançado discretamente no circuito comercial, essa singela, mas agradabilíssima comédia de Frank Oz não traz absolutamente nada de novo em seu gênero, mas apresenta personagens interessantes em situações deliciosas que fica quase impossível sair da sala de cinema sem dar pelo menos uma boa gargalhada. A história se passa quase toda durante um funeral, onde parentes e amigos do morto em questão criam vários sub-enredos suficientemente bons para manter o público atento durante toda a projeção.

Começamos pelos simpáticos créditos iniciais, onde acompanhamos um caixão andando em um mapa para o local dos serviços fúnebres. Frank Oz já começa a mostrar o tom do filme na primeira cena, onde o filho descobre que o caixão que vinham acompanhando está com o corpo trocado: no lugar de seu pai, há um estranho qualquer. Daí para frente entram escândalos familiares, alucinógenos, nudez em público e até um punhado (quase que literalmente) de escatologia.

Todos os elementos acima são apresentados com muito bom gosto (pode acreditar) e sempre em meio a um tom dramático sutil. O filme é uma comédia, não há dúvida, mas há elementos dramáticos mais bem elaborados e críveis do que em muitos dramas superficiais que vemos por aí. No final, claro, há o discurso apaziguador e tudo volta à normalidade, como geralmente acontece no cinema. Mas até lá o filme proporciona, como já foi comentado, ótimos momentos, que colocam Morte no Funeral como uma das boas comédias do ano.

O ponto fraco é que dois dos principais momentos (ou revelações) que acontecem durante o filme são facilmente antecipáveis, o que tira um pouco da força que a produção tentou almejar. Ainda assim, em ambos os momentos, o público da sala de cinema em que assisti ao filme estava tão atento e "dentro" do filme que pôde saboreá-los sem ressalvas. Enfim, as piadas são um tanto quanto batidas, mas a apresentação que elas receberam foi ótima, devido à boa direção e às boas atuações.

É uma comédia de classe e ao mesmo tempo muito engraçada, voltada para um público mais adulto (leia-se: não adolescente). Trata a morte com respeito ao mesmo tempo que ri dela. Frank Oz não dirigia um filme desde o horrendo Mulheres Perfeitas, de 2004, e aqui ele se redimiu (em parte, porque aquele filme é realmente uma bomba). Se não chegar ao cinema de sua cidade, procure nas locadoras quando possível, talvez ele nem vá receber um cartaz na vitrine, mas é melhor do que a maioria das outras comédias que estarão disponíveis àquela época, posso apostar.

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