Saltar para o conteúdo

Críticas

Cineplayers

Datado e perdido em clichês.

3,0

Maré de Azar é o novo filme de Mike Judge, mais conhecido por ser o criador dos insanos personagens animados Beavis e Butthead, e do filme Como enlouquecer seu chefe. Um cara promissor nos anos 90, e que ficou por lá, já que desde então não fez nada que merecesse qualquer atenção da crítica ou do público.

Neste mais recente projeto, o tema preferido de Judge continua o mesmo: a crítica à sociedade dos subúrbios americanos e ao ambiente de trabalho. A trama gira em torno de Joel (Bateman), dono de uma bem-sucedida fábrica, envolto com problemas no casamento e um funcionário tentando processar sua empresa. O grande problema de Maré de Azar é o roteiro falho. Para uma comédia, falta graça, ritmo, uma direção com mais timing cômico. A maioria das cenas são mal aproveitadas, e a impressão que fica é que no fundo existia um bom material, perdido em clichês e decisões equivocadas.

Jason Bateman defende o protagonista com muita dignidade. O personagem é naturalmente chato, e suas atitudes são absurdas, mas ainda assim nutrimos um certo carinho por ele. Mesmo quando, apesar de ser formado em Química, aceita tomar uma droga sem rótulo, sem saber o que é, vindo de uma caixa misteriosa cheia de outros remédios, dada por um amigo descerebrado.

Os coadjuvantes são meio a meio. Enquanto J. K. Simmons e Kristen Wiig roubam todas as cenas em que aparecem, sendo o ponto alto de uma comédia sem risos, Ben Affleck e Mila Kunis são provas de superação quanto a má atuação. Affleck consegue transformar seu personagem em algo quase vergonhoso, e o filme renderia muito mais nas mãos de um comediante melhor, como Seth Rogen ou Jason Segel. Mila Kunis aparece pouco, e ao final do filme me perguntei se não seria possível cortar sua participação na edição. Tão canastrona quanto se é possível, me lembrou um pouco a Luana Piovani em A Mulher Invisível. Sua única função em Maré de Azar era ser bonita com um mínimo de atuação, e ainda assim ela conseguiu decepcionar. Mas para não colocar todo o peso na atriz, toda a trama que envolve sua personagem é fraca, principalmente em sua resolução.

Maré de Azar ficou com um gosto de anos 90, não se atualizou, e principalmente, não foi bem feito. Quase uma tentativa de ser indie, ou comercial como um filme de Judd Apatow, mas não acertou em lugar nenhum. Merecia ir direto para o mercado de DVDs.

Comentários (0)

Faça login para comentar.