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Críticas

Cineplayers

Visualmente espetacular, o filme peca pelo roteiro irregular, mas ainda assim é uma diversão razoável.

6,0

Mais um entre os inúmeros filmes feitos nos últimos anos que, tendo possibilidade de passar uma mensagem de conteúdo (o que nem sempre é necessário, todavia), opta por exibir mais seus efeitos especiais do que qualquer outra coisa. Não que eu esteja reclamando, claro, afinal ser surpreendido com imagens incríveis, como a Lua sendo dividida em duas, é algo que não se vê todo dia. Porém, A Máquina do Tempo poderia ter sido mais, muito mais. Mesmo custando U$ 80 milhões (sem contar outros U$ 30 milhões de gastos com marketing), o filme possui apenas pouco mais de uma hora e meia de projeção, e isso contando os créditos. Se fizessem um filme de duas horas (muito comum no gênero aventura-ficção), imaginem seu custo.

No início vemos algumas cenas desnecessárias, até chegarmos na cena que é o pavio para Alexander (Guy Pearce) construir a máquina do tempo e tentar reverter um episódio que pra ele é lamentável. Essa parte do filme é uma das mais interessantes, mas que acaba decepcionando o nosso herói, que não tem como mudar o acontecimento lamentável (a explicação do porquê é dada no final do filme). Então Alexander, sabendo que não pode mudar o passado, começa a viajar para diversas épocas (na realidade, nem tantas quanto seria divertido para nós) atrás da resposta do porquê ele não pode interferir no passado.

Logo, vemos uma das cenas mais marcantes (pra mim) dos últimos anos no cinema, pelo menos visualmente falando: a quebra e a queda da Lua. A inevitável visão holocáustica do mundo futurista, tão conhecida de filmes como Mad Max, O Planeta dos Macacos, Exterminador do Futuro, entre outras dezenas, é um clichê extremamente pessimista do destino da humanidade. O mundo está cheio de guerras, mas daí a destruir (o que é diferente de acabar com as reservas naturais – isso sim, muito mais provável), literalmente, o próprio planeta (e a Lua) acho sempre um exagero, embora seja visualmente maravilhoso.

Finalmente, chegamos na parte final do filme, onde Alexander avança acidentalmente 800 mil anos e vai parar num mundo totalmente diferente, vivido por duas raças (que coincidentemente só vivem na região de Nova York, com um mundo tão grandioso em volta): a "boazinha", os Eloi, que vive sobre a terra, e os "maus", os Morlock, que vivem (devido às suas características particulares de evolução), sob a terra, alimentando-se dos Eloi (a cena do depósito de ossos é bastante interessante também). Em busca da Eloi Mara (a cantora Samantha, que como atriz ainda não fede nem cheira), que fora raptada pelos Morlock, acaba encontrando-se com o líder desta raça, vivido por Jeremy Irons. Aqui o filme entra em uma parte mais "cabeça", com uma discussão interessante com frases de efeito (por exemplo: "Quem é você para questionar 800 mil anos de evolução", etc., etc.).

De qualquer forma, Alexander logo acaba indo mais alguns milhares (ou milhões, o filme não deixou muito claro) de anos no futuro, e acaba vendo um mundo devastado (uma espécie de Mordor na Terra) dominado pelos Morlock, e decide que deve voltar e acabar com todos eles (afinal, ele é um super-herói cheio de habilidades físicas - isso é sarcasmo). Então ele faz isso, mesmo tendo de ficar preso naquela época pra sempre (qual o problema, Mara é até mais bonita que a antiga namorada, e usa menos roupas também – isso também é sarcasmo), e vivem felizes para sempre. Ou não! Afinal, não quero estragar nenhuma surpresa do filme, e tudo que acabei de falar pode não ter acontecido dessa forma na realidade. Só vendo pra ter certeza.

Antes de finalizar, algumas observações necessárias sobre o filme: muito forçada a aparição de Orlando Jones no filme, não no ano de 2030, mas sim no ano de 800 mil. Quanto à Guy Pearce, ele esteve bem no filme, o estilo de atuação dele é mais ou menos assim mesmo, pelo menos essa é a impressão que eu tenho. O roteiro, no geral, tem muitas forçadas de barra (como a do Orlando Jones), e tenta resolver tudo rápido pro filme acabar logo. Mas visualmente ao menos o filme compensa o roteiro fraco e é uma boa opção para quem não quer ir atrás da versão original.

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