É provável que nem a própria Dreamworks imaginasse o sucesso estrondoso que a franquia Madagascar iria alcançar quando ela foi criada. Milhões de dólares a mais e alguns anos depois, nos é apresentado este Madagascar 3: Os Procurados (Madagascar 3: Europe's Most Wanted, 2012), filme que fecha o ciclo lógico da aventura iniciada lá atrás, em 2005.
Começando exatamente de onde o segundo parou, nossos carismáticos protagonistas Alex, Marty, Melman e Gloria estão na África à espera dos pinguins, que prometeram buscá-los antes de retornarem para o zoológico de Nova York. Só que os dias passam e nada deles aparecerem, o que faz com que nosso quarteto parta em busca das desajustadas aves malandronas em Monte Carlo, Mônaco. Entre uma confusão e outra, a turma chama a atenção da determinada agente de controle de animais Chantel DuBois, uma senhora que personifica uma bizarra mistura de atitude digna de um T-800 com postura de uma predadora atrás de sua caça. Sua fixação? Conseguir o leão que lhe falta para a coleção de animais empalhados.
Uma das marcas de Madagascar é sempre contar com um time fortíssimo de personagens secundários. Com os pinguins e o Rei Julien XIII transformados em personagens principais de maneira orgânica (e isso já não é de hoje), coube aos personagens do circo onde o quarteto se esconde de DuBois assumirem esse papel, porém sem o mesmo êxito. Os personagens são bobinhos, não têm nada de especial e todas as principais piadas continuam mesmo funcionando apenas com os protagonistas. Dos personagens novos, apenas DuBois e o urso pelo qual Julien se apaixona conseguem se destacar e se colocarem no mesmo nível dos demais antigos.
O humor nonsense segue presente e é o principal trunfo do filme: não se escondendo atrás dessa onda do politicamente correto, o filme tem coragem de apostar no humor negro e sai vitorioso ao incluir piadas um pouco mais ácidas, como por exemplo um personagem rindo de uma possível morte de outro que lhe atormentava a vida; um filme que tem a coragem de fazer piada entre o ânus de um elefante e a cabeça de uma criança não pode ser ruim. E o mais legal disso tudo é que dificilmente as crianças perceberão essas sutilezas, tornando o trabalho divertido não apenas para os baixinhos, mas para os pais também.
Mas, para elas, piadinhas bobinhas, principalmente físicas, farão a graça nessa viagem pela Europa, que em certos momentos ganha tons psicodélicos na apresentação principal do circo. Adotando a visão imaginária infantil da coisa, o espetáculo é colorido, animado e muitíssimo bem dirigido, fazendo-nos, adultos, enxergar aquele espetáculo todo da mesma maneira que os pequenos veem, como um sonho. É um dos pontos altos não só do filme como da série toda. Tecnicamente impecável (os animais estão absurdamente bem feitos), o nível de detalhes é gigantesco e até mesmo o 3D é bem aplicado, constantemente trazendo algo que chame a atenção.
E quando você acha que Madagascar 3 já entregou tudo aquilo que propôs, eis que o roteiro, até então relativamente preguiçoso e aproveitando da ação constante para esconder suas falhas, surpreende ao apresentar uma mensagem bonita sobre seguir em frente e deixar o passado para trás. Nesta jornada de autoconhecimento pela qual os personagens passaram ao longo de três filmes, adotar esse discurso de tema universal no final acabou entregando algo a mais em um filme que se esperava apenas diversão e só. Ponto para a Dreamworks.
soh vi o primeiro e não axei a mínima graça, as animações da Dreamworks tem personagens muito exagerados, forçando o público rir por qualquer besteira, tem quem aguente não
e o título de Lsd da criançada sempre foi e sempre serah o Alice no país das maravilhas da Disney, akele dos anos 50 😁
Esse filme é bem um LSD pra crianças mesmo 😏
Mó brisa aquela parte do circo ao som de Firework. Pior (ou melhor, sei lá) é que é justamente esse delírio visual absurdo que faz do filme bom pra caramba. Uma das animações mais engraçadas e originais da DreamWorks.
Título pertinente e ótima crítica.
Boa crítica, mas esqueceu de falar dos clichês