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Críticas

Cineplayers

Mais uma animação divertida e competente da DreamWorks. Ponto para ela!

7,5

Admita-se: a DreamWorks tem, afinal, passado por uma boa fase. Ainda que a concorrência da Pixar pareça perigosa e ameaçadora, o estúdio que criou Shrek sempre aparece com boas idéias, competência técnica e muito divertimento. Não foi só o ogro verde e a princesa Fiona que fizeram a felicidade do estúdio no quesito animação: as galinhas revoltadas que fugiram da fazenda em Fuga das Galinhas também contaram pontos a seu favor. E, com Madagascar, a DreamWorks acerta novamente.

A vida em um zoológico pode não parecer tão enfadonha quanto parece. Não para os animais do zoológico de Nova Ioque, pelo menos. O leão Alex, a zebra Marty, a hipopótamo Glória e a girafa hipocondríaca Melman são amigos que não conheceram a vida na selva e têm facilidade em lidar com as jaulas e o público afoito que os vem visitar.

A aventura começa quando um arguto grupo de pingüins decide fugir da vida enfadonha do zoológico e voltar para as terras gélidas de onde vieram. A zebra Marty sente-se encorajada pela atitude desbravadora dos pingüins e, curiosa em conhecer a natureza, decide fazer o mesmo. Apesar de essa decisão já valer algumas confusões e boas risadas, o enredo toma fôlego mesmo quando os animais são mandados de volta à África e acabam chegando à ilha de Madagascar.

A história curta e pouco complexa deixa espaço de sobra para que pipoquem as cenas cômicas. Sem preocupações com o enredo, porque ele funciona quase instantaneamente, o roteiro aproveita o tempo - ainda que pouco - para criar situações absurdas e mirabolantes. Quando a história se passa na cidade, por exemplo, existe tal contraste entre os animais e o ambiente urbano que, obviamente, todos os acontecimentos conspiram para a confusão. E quando a história se passa na ilha de Madagascar, o contraste não é de todo eliminado, e tem-se a impressão de se assistir a elementos destoantes que foram forçados a conviver juntos na película. O resultado não poderia ser mais divertido.

Ainda que computadorizado, o filme tem um forte traço cartunesco altamente estilizado. O desenho das personagens é simples (os detalhes mais complicados ficam somente nos cenários), mas a sua movimentação é bastante livre e, na maioria das vezes, exagerada. A câmera, muito dinâmica, captura cenários belíssimos e efeitos de luz e sombra surpreendentes. Diferentemente de Shrek ou dos desenhos da Pixar, em que há uma tendência para o realismo, a computação gráfica, mesmo com técnica apurada, aplica ao filme um traço estilizado e típico dos desenhos animados mais exagerados, como As Bicicletas de Belleville.

A trama, que possui um nítido orgulho nova-iorquino altamente comercial, dá espaço para que as personagens secundárias também se desenvolvam. O arguto grupo de pingüins, por exemplo, detém as cenas mais hilárias do filme e participa de diálogos geniais - além de, é claro, possuírem uma personalidade extremamente carismática. Do outro lado, os macacos extravagantes que habitam a ilha de Madagascar também participam dos melhores momentos e rendem boas risadas.

No departamento de som, o filme não se sai menos bem. A trilha sonora apresenta faixas para os diversos momentos que a trama experimenta, contendo inclusive músicas de Frank Sinatra. E a dublagem brasileira, como vem acontecendo ultimamente, aparece com soluções criativas e muito profissionalismo, contando com a participação de Heloísa Périssé na dublagem da hipopótamo Glória.

Madagascar é um filme que, por apresentar piadas nos contextos mais diversos, agrada a todas as idades. Tem técnica dedicada e bem realizada, roteiro inusitado e competente diversão. Mais uma vez, pontos para a DreamWorks.

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