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Críticas

Cineplayers

Divertido e desnecessário.

5,0
Quem não acha simpático um pandinha, animal empático por natureza, que começa a praticar uma arte marcial contra a essência de sua raça preguiçosa para lutar contra o mal que afeta seus companheiros, também excêntricos e carismáticos? A fórmula de Kung Fu Panda (idem, 2008), de misturar extremos, da já desvendada ação norte-americana com a cultura oriental invejada, deu certo e as pessoas consumiram com afinco até a inevitável sequência chegar, em 2011. Ambos os filmes tem uma história boazinha e são simpáticos, mas desenvolvimento linear e mensagens cuspidas demais em tela, de abordagem descolada e pronto, é isso. As animações da Dreamworks, salvo algumas exceções, não vão muito além disso e Kung Fu Panda 3 (idem, 2016) segue exatamente essa linha.

Já estabelecido como um mestre, Po agora precisa começar a passar suas técnicas e conhecimentos para os outros, mas não leva o menor jeito para isso. Paralelamente, um novo inimigo aparece do plano astral, forte e colecionador de almas em forma de pedras verdes. Imponente, colocará Po em cheque ao mesmo tempo em que ele descobre, como o final do segundo filme sugeriu, que não é o único panda do mundo. Temos, então, três prismas que serão desenvolvidos: entender e aceitar quem você é, enfrentar os obstáculos que aparecem na nossa frente, cada vez maiores, e a difícil arte de lidar com a família e semelhantes.

Se pararmos para pensar, cinco anos se passaram desde o último filme da franquia, o que é meio estranho, revelando em uma análise mais profunda que não há muito o que desenvolver, não há muita história mais para se contar; ou simplesmente não houve criatividade o suficiente para fazer o inesperado. Estamos falando de uma sequência simples e desnecessária. Pronto. Os ensinamentos de Po são cada vez mais forçados; o vilão, uma mistura de potência física com identificação geek das armas de God of War, é um potencial desperdiçado (adorei ele); e a família, bem, tem uma visão bem inocente e rasa, sobrando destaque para o pai adotivo de Po, que tem as melhores tiradas.

Os responsáveis certamente terão o que discutir e ensinar às crianças, mas esses mesmos sairão inertes da sala, exatamente como entraram - diferente de filmes da Pixar, por exemplo, que são entretenimentos pesados para os pequenos, mas lições valiosas para os adultos. Isso é um demérito? É claro que não. É necessário apenas ter em mente que Kung Fu Panda é uma diversão simples, direta e infantil. Nada mais, nada menos. Tudo banhado, é claro, a uma espetacular técnica de animação, cada vez mais impressionante, detalhada e inventiva. O mundo em que Po vive já é espetacular, mas o local secreto dos pandas é acolhedor, com personalidade e facilmente geraria um parque temático diferente.

Vale a pipoca, mas apenas se tiver uma boa e inocente companhia para acompanhar as piadas tão pueris quanto.

Comentários (4)

Alexandre Koball | sexta-feira, 04 de Março de 2016 - 11:40

"Divertido e desnecessário."... como os anteriores.

Arthur Brandão | sexta-feira, 04 de Março de 2016 - 22:05

O ''bonitinho mas ordinário'' seria a definição de KFP3? O primeiro ao menos foi bem divertido.

Rodrigo Cunha | sexta-feira, 04 de Março de 2016 - 22:58

Acho que não, Arthur. O filme não chega a ofender.

Matheus Bezerra de Lima | sábado, 05 de Março de 2016 - 10:39

Alexandre, acho o primeiro filme bacaninha e bom entretenimento de sessão da tarde.

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