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Críticas

Cineplayers

Merece ser visto e apreciado. Filme baseado em fatos reais.

7,5

Não há nada melhor do que entrar em uma sala para ver um filme desconhecido e se deparar com uma pequena pérola. Isso me aconteceu ao ir assistir a Garotas do Calendário (Calendar Girls), filme britânico do diretor Nigel Cole (O Barato de Grace). Após uma tentativa frustrada de ver o elogiado Adeus, Lênin, que estava com a lotação esgotada, resolvi ir ver esse filme, que não estava em minha programação dos que pretendia ver nessa Mostra de Cinema. E passei quase duas horas em um filme leve, descontraído e despretensioso.

Em Knapely, uma comunidade rural britânica do condado de Yorkshire que se destaca unicamente na produção de geléia e no coral de vozes formado por senhoras  da cidade, a vida segue rotineiramente para Chris (Helen Mirren) e Annie (Julie Christie), até o dia que Chris tem uma brilhante idéia para o tema do calendário beneficente que o instituto feminino da cidade lança anualmente. Fotos em nu artístico. Só o fato do nu artístico já seria motivo de burburinho na conservadora cidade de Knapely, imagine então com o anuncio de que as modelos serão as cinqüentonas participantes do instituto...

Inspirada em um calendário que viu em uma oficina da cidade, e no discurso deixado pelo recém-falecido marido de Annie (vítima de Leucemia), que comparava as mulheres de Yorkshire às flores típicas da cidade que tem seu momento mais belo no pleno amadurecimento, Chris resolve enfrentar todas as conseqüências e organiza a produção do calendário. As dificuldades não são poucas, e vão desde convencer as amigas a participarem das fotos e a contratação de um bom fotógrafo a convencer a diretoria do instituto a apoiar a idéia e conseguir um patrocínio.

E o resultado é uma das mais belas coleções de fotos femininas que imediatamente catapulta as participantes ao status de celebridades, não apenas na cidade, mas atravessando continentes, onde temos o prazer de assistir a fascinação das simples senhoras do interior em meio a todo o brilho de uma das cidades mais fascinante dos EUA, que consta inclusive com uma curta, mas irreverente participação da banda americana Anthrax.

Apesar do início monótono, a simplicidade e o desenvolvimento do roteiro é cativante. Impossível não se emocionar com os dramas e vitórias das personagens principais, dramas como o de Annie, cujo marido faleceu vítima de Leucemia, e agora ela busca ajudar parentes de vítimas da doença, ou sobre a indiferença com que outra personagem  é tratada pelo marido infiel.

Alguns podem achar que o filme deixa um pouco a desejar no desenvolvimento de alguns dramas que se formam durante a trama e é resolvida sem que a acompanhemos (isso ainda sem esses pequenos dramas tomarem uma forma real). Como o fato do filho e do marido de Chris se verem relegados a segundo plano, fato que Annie toma conhecimento, conversa com a amiga sobre isso e o problema é resolvido sem que Chris tome nenhuma atitude.

É claro que ao focar nesses pontos, o diretor seria obrigado a levar o filme a tomar outros rumos, o que correria o risco de o descaracterizar. Então, olhando por esse lado, acredito que esse ponto se torna mais positivo que negativo, tornando o filme uma comédia leve no lugar de um drama morno.

Baseado em fatos reais, Garotas do Calendário é um filme que merece ser visto e apreciado. Mostra que a beleza da mulher resiste ao tempo, e mesmo após os cinqüenta anos ela pode ser tão bela quanto foi na mocidade. Uma boa pedida para encerrar a semana com o espírito leve e admirando a vida e suas belezas. Como se pode comprovar na bela fotografia dos campos britânicos. Imperdível!

Comentários (1)

Renata Borges | sábado, 25 de Fevereiro de 2012 - 23:52

Adorei! O filme eh ótimo mesmo!

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