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Críticas

Cineplayers

Uma grande "comédia", um prato-cheio para os fãs dos dois personagens de terror.

7,0

Os fãs esperaram anos, mas finalmente alguém criou coragem e decidiu juntar as duas franquias de terror mais populares dos anos 80, a espera parece ter compensado em vários sentidos: O filme apesar de alguns tropeços é muito divertido e foi um sucesso de bilheteria, se tornando o mais lucrativo das duas séries.

O diretor Ronny Yu já tinha experiência com o gênero terror/comédia quando dirigiu o divertido e subestimado A Noiva de Chucky, ele sabe que após o primeiro filme dificilmente a seqüência de um filme de terror permanece assustadora e conhece aquilo que agrada aos fãs do gênero slasher/splatter.

O filme é uma auto-paródia das duas séries, reúne todos os clichês e os utiliza desavergonhadamente, mas dessa vez para o bem. Tem de tudo, desde a regra obrigatória de que quem faz sexo morre, passando pelos sustos gratuitos (mão no ombro, figura no espelho, faltou o gato no armário mas podem deixar para a continuação), até nudez apelativa. Os críticos especializados obviamente torceram o nariz, mas esse filme não é pra eles, esse filme pertence a um gênero próprio que é o de "filmes de Jason e Freddy Krueger".

A premissa é até legal: Freddy está enfraquecido, pois as pessoas se esqueceram dele (lembram-se que ele se alimenta do medo das crianças), daí percebe que precisa de um instrumento, um monstro que possa usar para instigar o medo. Freddy engana Jason através de sonhos para que saia de Crystal Lake e vá até Elm Street, a matança que promove é atribuída a Freddy, pois ele é o monstro local.

Com seus poderes renovados, Freddy volta a matar, mas Jason não pode ser parado e Freddy tem mostrar a ele quem é o dono do pedaço. Não vou contar quem é o vencedor, mas a saída foi muito esperta, o filme ainda possui um monte de referências às duas séries que vão agradar aos fãs antigos e o elenco de adolescentes estilo Scary Movie/Pânico vai agradar as novas gerações.

Os filmes de Freddy, pelo menos os principais (1, 3, 7) eram mais sérios e até contavam com boas atuações, mas isso definitivamente não é compatível com os filmes de Jason, sempre mais puxados para o exploitation. Nesse detalhe o filme sofre pois alterna momentos ao estilo da série Pesadelo, onde tenta criar um clima de terror com outros gratuitos mais ao estilo Sexta-Feira 13 e seriedade definitivamente não é onde Yu está mais confortável.

As atuações são hora péssimas, hora eficazes e o início do filme é mal amarrado pois o roteiro tem muitas cenas de exposição e acaba passando batido por elas, o que torna a parte séria irritante pois, além de dar um motivo para o encontro dos monstros, ainda tem que recontar as origens de Freddy e Jason, dar algum background aos heróis e preparar as reviravoltas, mortes e a batalha final.

Felizmente o filme aos poucos acerta o ritmo e o clímax é satisfatório e a luta entre Jason e Freddy é brutal, com litros de sangue e gosma espirrando pra todos os lados. O filme é surpreendentemente violento, na verdade é bastante exagerado e caricato, mas fiquei aliviado de ver que fizeram assim e não economizaram como na maioria dos filmes atuais de terror.

Robert Englund está em forma e consegue fazer a platéia rir com seus comentários sarcásticos e ainda aproveita para aparecer sem maquiagem na origem de Freddy, já Jason faz o que sabe fazer e continua cool como sempre. Freddy vs Jason definitivamente não é indicado a quem procura diversão "séria", mas vai agradar aos fãs e aqueles que souberem entrar na brincadeira.

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