Humor estúpido, que funciona muito raramente. Consegue ser curioso ao menos.
Fora de Casa passaria batido em qualquer lugar do mundo caso não tivesse ganho um prêmio muito, muito especial. O filme foi eleito o “pior” de 2001 (Framboesa de Ouro), além de ter ganhado outros prêmios do gênero. Tom Green, aquele cara que se faz de maluco, que trabalhava na MTV dos Estados Unidos, que namorava a Drew Barrymore, que serve de inspiração para o apresentador brasileiro – agora sumido ou morto - Marcos Mion, que fez uma ponta em As Panteras, que... bem, você já deve estar localizado. Tom Green resolveu dirigir ele mesmo uma comédia altamente visual, com seqüências que provavelmente ofenderão a quem for assistir ao filme desprevenido.
O ator interpreta Gord, uma adulto não-crescido que ainda mora com os pais e não trabalha. Seu sonho é tornar-se animador. Profissão que seu pai não reconhece como “decente” e enche o saco do filho toda vez que pode. A partir dessa premissa simplória, o filme constrói suas... bem, piadas. Gord tenta diversos empregos diferentes, pressionado pelo pai, ao mesmo tempo que arranja uma namorada paraplégica. Enquanto isso, briga com seu irmão certinho, Freddy, o mesmo do título original, que sofre uma calúnia de Gord, que diz que seu pai - vou tentar ser suave aqui – tem o costume de “colocar o dedo” no garoto. É bom lembrar que isso pouco tem a ver com a história do filme em si, servindo mais como um elemento para chamar público.
As piadas são extremamente grosseiras, podendo ser nojentas até mesmo para quem tem estômago forte. Gord, tentando cumprir seu objetivo de se tornar animador, entre outras coisas, retira os órgãos de um alce morto para vestir sua pele, lambe os ossos de uma fratura exposta de um amigo seu, masturba um cavalo, e utiliza carne crua como brincos para tentar conseguir inspiração. Estes são apenas alguns exemplos do que você pode ver no filme. O mais incrível é que esse humor funciona. Pelo menos, às vezes. Se você curte comédias do estilo, não tem o que temer, Fora de Casa é garantia de algumas boas risadas.
Contudo, não dá pra deixar de ver as enormes falhas do filme: o roteiro se apóia em soluções absurdas e fáceis, deixa de explicar várias situações, ao mesmo tempo que se torna extremamente chato (as piadas perdem o impacto após a primeira metade de filme) perto do final. Em termos de atuações, seria ridículo levarmos isso em consideração. Mesmo tecnicamente vê-se pouca inspiração, quando o assunto é fotografia ou maquiagem, sendo esta última visivelmente - e talvez propositalmente - mal realizada.
O filme tem momentos incrivelmente engraçados, e ao mesmo tempo repugnantes. É um perigo indicar esse tipo de filme, pois as pessoas podem ficar ofendidas. É humor sujo, grosseiro, de baixo orçamento e de baixa qualidade. Trash não seria bem a palavra certa para definir Fora de Casa. “Esquisito” fica bem melhor. Ouse assistir, se tiver coragem... Considerando que muitos vêem este como um dos piores filmes dos últimos anos, posso dizer que fiquei bem surpreso com ele. Só não sei dizer se isso é bom ou não.
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