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Críticas

Cineplayers

Boyle revitaliza o gênero Mortos Vivos com um filme vigoroso e fartas doses de sangue.

7,5

Quando soube que o diretor Danny Boyle, mais conhecido pelo cult Trainspotting, ia fazer um filme de terror, fiquei muito curioso para conferir o resultado. E estou contente de ver que ele conseguiu não só impor seu estilo, dando ao filme uma característica autoral, mas também agradar aos fãs de terror com fartas doses de sangue, tensão e suspense.

Pelo início vemos que ecologistas invadem um laboratório a fim de libertar uns macacos que estavam sendo usados como cobaias, o que eles não se preocuparam em saber foi qual o tipo de experiência que estava sendo testada. Eles carregavam um vírus experimental chamado RAGE, o resto você leitor já deve ter deduzido. 28 dias depois um homem acorda nu e desmemoriado num hospital; é o nosso protagonista Jim. Ele encontra o local completamente abandonado e a cidade deserta, dando início à sua jornada pela sobrevivência.

Essa cena já pode entrar para antologia de imagens memoráveis dos filmes de horror, a equipe do diretor realizou as tomadas em plena metrópole Londrina durante vários dias de semana, filmando poucos minutos pela manhã, tomando cuidado de impedir que algum pedestre entrasse na cena, resultando numa desolação assustadora que dá ao filme um incrível chute inicial e estabelece o clima necessário.

Extermínio impõe algumas regras próprias, em vez de mortos-vivos lentos os infectados são acometidos por uma espécie de transe psicótico, denunciado pelos olhos avermelhados; são rápidos, ágeis e ainda expelem um jato de vômito sanguinolento, uma ferida ou ingestão é suficiente e em alguns segundos a vítima é infectada e não pensa em mais nada a não ser espalhar o vírus, violentamente. Ainda assim o filme ainda encontra espaço para homenagear o mestre George Romero, com situações que lembram os filmes da sua famosa trilogia.

O roteiro não prima pela originalidade e nem quer isso, mas Boyle alia o seu estilo moderno, com muitas tomadas de câmera na mão e ótima fotografia, com diálogos interessantes e um ritmo ágil. O maior problema é que na segunda metade o filme ameaça perder o rumo, um problema parecido com de outro filme do diretor, A Praia, felizmente aqui ele se beneficia de espertos jogos de edição, tentando deixar o espectador desconcertado e recuperando o interesse até o final que pode dividir algumas pessoas. Mesmo assim Extermínio já é um dos melhores filmes de terror do ano.

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