Saltar para o conteúdo

Exterminador do Futuro 3 - A Rebelião das Máquinas, O

(Terminator 3: Rise of the Machines, 2003)
6,6
Média
595 votos
?
Sua nota

Críticas

Cineplayers

Seth Angel se divertiu bastante com o filme, mas não chega a achá-lo uma explosão de ficção como Matrix.

6,5

Depois de quase uma década de espera por uma seqüência de um dos filmes que foi considerado um marco no campo dos efeitos especiais, os fãs de Arnold Schwarzenegger finalmente puderam se deliciar com a chegada aos cinemas nacionais de O Exterminador do Futuro 3 – A Rebelião das Máquinas.

Muito tempo se passou entre o lançamento dos dois filmes. Então, como era de se esperar, muitas foram as modificações tanto na parte técnica quanto no elenco do filme. Talvez as ausências mais sentidas tenham sido de Linda Hamilton, Robert Patrick (e que falta faz um exterminador com a cara de Robert) e, claro, do diretor James Cameroon. Por falar em Cameroon uma das criticas mais severas que o filme vem sofrendo circuito mundial afora é que justamente Exterminador do Futuro 3 é um bom filme, porém falta o “toque” de Cameroon. E isso não deixa de ser verdade, entretanto, comentaremos mais pra frente...

O enredo de ‘O Exterminador do Futuro 3 é simples, o que não me agrada tanto (comparada a outras séries de ficção cientifica que tanto gosto, importante lembrar que quem vos escreve não é um fã da série Exterminador do Futuro). Próximo ao acerto final de contas do Dia do Julgamento, o mais avançado modelo de exterminador – o T-X – é mandado do futuro para garantir a que a revolução das máquinas realmente aconteça. A única esperança para deter isso é um novo modelo do antigo e já obsoleto T-800, o T-850, que é mandado para a mesma época pela resistência humana. Juntos (o novo modelo T-850, John Conner e Kate Brewster), eles tentarão impedir a todo custo que as máquinas acabem por fim tomando conta da situação.

O novo e mais poderoso modelo de exterminador (vou começar a me referir devidamente ao modelo e utilizar as expressões no feminino, demonstrando a natureza verdadeira do personagem) é interpretado por Kristanna Loken, dona de um bonito corpo, que é notado por todos nas cenas iniciais. Apesar de ter se saído consideravelmente bem no seu primeiro papel de “alto-escalão”, Kristanna Loken nunca havia estrelado um filme que chamasse atenção apenas por sua presença. Certamente, a partir de agora, a carreira da atriz passará a ser acompanhada mais de perto pelos produtores e diretores de Hollywood.

Enfim, a personagem que Kristanna interpreta não é tão diferente assim ao de Arnold. Muito mais poderosa, os dois pelo menos compartilham de uma característica muito peculiar aos exterminadores: são excessivamente monossilábicos. Para os que são mais ligados em Role Playing Games e possuem um Playstation 2, certamente irão notar que a arma que a T-X usa em seu braço é muito parecida com o “R. Cannon” pertencente a personagem Kos-Mos do jogo Xenosaga. Claro, com um design bem mais “feio”, entretanto, é impossível não notar a semelhança.

Teoricamente, apesar de Arnold estar representando um novo modelo (ainda assim não deixa de ser obsoleto se comparado a nova T-X) sua interpretação é a mesma do antigo T-800. Sua aparência e expressões faciais parecem que não sofrem nenhuma mudança sequer durante todo tempo de projeção da película. O mesmo vale para o personagem de Kristanna Loken. Não chega a ser um ponto negativo que atrapalhe tanto assim o filme (ainda mais se tratando de um filme de ação), mas ainda assim incomoda um pouco e é alvo de criticas por parte de muitas pessoas.

Talvez a falta que menos tenha sido sentida seria a do jovem Edward Furlong. Digo isso somente porque o mesmo tem um substituto à altura, ousaria até a dizer que muito melhor. John Conner que agora possui 20 anos de idade e perdeu a mãe (Sarah) tempos antes para a Leucemia é agora interpretado pelo jovem Nick Stahl (do ótimo drama Entre Quatro Paredes). Stahl assume o papel e se da bem, o filme é quase totalmente focado em seu personagem e o garoto se vira bem com o mesmo.

O filme começa bem com uma bela cena de uma explosão de uma bomba atômica. Gostaria de ver aquela cena mais vezes durante a projeção, entretanto, é só por aquele instante mesmo. Logo depois nos deparamos com uma cena de perseguição de carros que torna inevitável que comecem as comparações à Matrix Reloaded. Em TE3, essa seqüência é bem gravada, entretanto, Mostow decidiu por gravá-las sempre de perto, a câmera não se afasta em momento algum dos veículos que estão inclusos nessa perseguição. O resultado é até animador, cada batida cada derrapada é sentida com maior vigor pela platéia, entretanto, você não tem aquela visão de “um todo”.

E é nesse aspecto que prima a perseguição de Matrix Reloaded. Os Wachowski não tiveram medo de errar e utilizaram todos os recursos disponíveis. O “Multi-Ângulo” de Reloaded traz muitas vantagens também sobre o modo como Mostow gravou as cenas de Exterminador do Futuro 3. Entre essas vantagens, podemos citar uma melhor visualização do cenário em que os personagens estavam inseridos e atravessando (o que não ocorre em TE3 e em que Reloaded é mostrado com tantos detalhes, aliás, esse é um dos pontos positivos do concorrente: filmar uma seqüência dessas com Multi-Ângulo sem se descuidar dos detalhes inerentes a representação de cenários, figurantes, localização de objetos e outras coisas). Há mais mobilidade cinematográfica com o Multi-Ângulo, mas o impacto da seqüência filmada por Mostow também é ótima. Diria que a seqüência de Reloaded ainda é a melhor executada, mas o “pega” desse filme tem suas qualidades e não deixa a desejar.

Contudo, nem todas as cenas assim acabaram por agradar-me por completo. Algumas como a cena inicial onde T-850 salva Kate Brewster (interpretada razoavelmente por Claire Danes) das mãos da T-X com aquela “jamanta” são completamente forçadas (e quais eram as chances de que o T-850 não passasse por cima de Kate também...). Aconteceram outras do tipo durante o filme, mas em escala menor. No geral, isso não me agradou também. O fato de Kate, uma veterinária saber atirar e pilotar tão bem também não é facilmente digerido, mesmo com uma pequena passagem no roteiro que sirva como furo para isso.

A falta de James Cameroon foi muito noticiada pela mídia e por grande parte dos críticos. E, realmente, um cidadão competente como ele é faz falta mesmo em qualquer projeto que seja... Talvez Cameroon não cometesse alguns dos exageros acima que citei. Não é da natureza dele isso, mas também é difícil dizer se ele não cometeria erros em outros quesitos, portanto, julgar não é a coisa mais certa a fazer e sim elogiar o bom trabalho (nada espetacular mas ainda assim bom) do diretor Mostow.

Mas talvez uma das coisas que mais tenham feito falta aos meus olhos (e ouvidos!) seja o fato do mesmo não possuir uma trilha sonora tão boa quanto O Exterminador do Futuro 2 possuía. Realmente é uma pena... Fez uma falta enorme.

O final pode ser tanto legal quanto frustrante. Legal por ser um filme bem finalizado, que não esconde de ninguém que clama por uma continuação mesmo sem os dizeres “To Be Continued” ao final da projeção. Frustrante por aspectos relacionados à própria história do filme, como o porquê de terem escolhido o caminho mais difícil, sendo que Connor deixa claro que T-850 sabia como as coisas acabariam desde o início, enfim... Buracos que todos os filme de ação possuem.

Infelizmente, O Exterminador do Futuro 3 não tem se saído tão bem nas bilheterias norte-americanas como era esperado. O filme foi derrubado logo na segunda semana da primeira colocação dos Box-Offices por Procurando Nemo. Se isso põe em cheque uma futura existência de um quarto episódio da saga, ninguém sabe... Agora o que eles não podem é demorar mais de uma década novamente para lançarem outro episódio, afinal, Arnold pode não estar mais disponível, preocupado com seus afazeres políticos. Mas que o final pede, clama por um quarto filme, isso não deixa dúvidas em ninguém.

No geral, O Exterminador do Futuro 3 é um bom filme de ação, que tem lá suas falhas, seus exageros, mas que agrada e diverte. Aliás, já ia esquecendo de comentar, o humor é um ponto forte em TE3, apesar do ambiente catastrófico que cerca os personagens, você consegue dar sempre boas risadas com muitas das atitudes e personalidade dos mesmos.

Um bom filme de ação. Matrix Reloaded (apesar de primar mais pela “ficção” do que pela “ação” propriamente dita) ainda é consideravelmente bem melhor do que esta produção, mas a briga foi boa.

Comentários (0)

Faça login para comentar.